Presidente Russo Busca Fortalecer Acordos Comerciais e de Segurança com Pyongyang
Putin Visita Coreia do Norte: O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fará uma visita à Coreia do Norte nesta terça (18) e quarta-feira (19), a primeira em 24 anos. A viagem, que sublinha a crescente parceria entre os dois países, ocorre em meio às tensões globais devido à invasão russa na Ucrânia.
Histórico e Convite
Kim Jong Un, líder da Coreia do Norte, convidou Putin durante uma visita ao Extremo Oriente Russo em setembro do ano passado. A última visita de Putin a Pyongyang foi em julho de 2000. Este encontro ocorre em um momento crítico, com os EUA expressando preocupações sobre o aprofundamento das relações entre a Rússia e a Coreia do Norte. Segundo o Departamento de Estado americano, há suspeitas de que Putin procurará armas para apoiar a guerra na Ucrânia.
Possíveis Acordos e Implicações
Yuri Ushakov, conselheiro de política externa de Putin, mencionou que os dois países podem assinar um acordo de parceria que abrange questões de segurança. “O acordo não será dirigido contra qualquer outro país, mas delineará perspectivas para uma maior cooperação, levando em conta o que aconteceu nos últimos anos no campo da política internacional e da economia”, afirmou Ushakov.
A delegação russa incluirá o ministro da Defesa, Andrei Belousov, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, e o vice-primeiro-ministro, Alexander Novak.
Reações Internacionais
Em Washington, a Casa Branca expressou preocupação com a visita. Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado americano, repetiu acusações de que a Coreia do Norte forneceu “dezenas de mísseis balísticos e mais de 11 mil containers de munições à Rússia” para uso na Ucrânia. Ele afirmou que os EUA observaram Putin “ficar incrivelmente desesperado nos últimos meses” e recorrer a países como Irã e Coreia do Norte.
Kurt Campbell, vice-secretário de Estado dos EUA, expressou preocupações sobre o que a Rússia poderia oferecer à Coreia do Norte em troca. “Não sabemos se será moeda forte, energia ou capacidades nucleares e de mísseis, mas estamos preocupados e observando atentamente”, disse Campbell.
A Estratégia de Putin
Para Putin, cortejar Kim Jong Un serve para provocar Washington e seus aliados asiáticos. Monitores das Nações Unidas identificaram pelo menos um míssil balístico disparado da Rússia na Ucrânia que foi fabricado na Coreia do Norte. Autoridades ucranianas contabilizaram cerca de 50 desses mísseis entregues à Rússia.
Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha de Seul, destacou que a visita de Putin a Pyongyang é uma vitória para Kim. “A reunião melhora o status da Coreia do Norte entre os países que se opõem à ordem internacional liderada pelos EUA e reforça a legitimidade interna de Kim”, disse Easley.
Preocupações da Coreia do Sul
O vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Kim Hong-kyun, discutiu a visita de Putin a Pyongyang com Kurt Campbell. O ministério sul-coreano expressou preocupação de que a visita resultasse em mais cooperação militar entre Pyongyang e Moscou, violando as resoluções da ONU.
Relações Diplomáticas e Futuras Visitas
Após a Coreia do Norte, Putin visitará o Vietnã de 19 a 20 de junho. Ambas as visitas destacam o esforço da Rússia em reforçar laços diplomáticos e comerciais, especialmente com países que não se alinham com o Ocidente.
Jenny Town, do programa 38 Norte, afirmou que a aproximação da Rússia a Pyongyang faz parte dos esforços para construir uma alternativa à ordem mundial liderada pelos EUA. “A Rússia vê valor na Coreia do Norte como parceiro militar nessa guerra contra o Ocidente”, disse Town, acrescentando que para a Coreia do Norte, essa relação oferece apoio na ONU e cooperação econômica e militar.
Conclusão
A visita de Putin à Coreia do Norte marca um momento significativo nas relações internacionais, destacando a crescente aliança entre Moscou e Pyongyang em meio às tensões globais. As implicações dessa parceria serão observadas de perto por líderes mundiais, enquanto os dois países buscam reforçar seus laços diplomáticos e econômicos.
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