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quinta-feira, maio 15, 2025

Presidente dos Correios Aumenta Próprio Salário em 14% Enquanto Estatal Amarga Rombo Bilionário

Reajuste salarial de Fabiano Silva dos Santos levanta críticas diante do maior prejuízo da história da empresa

Reajuste no salário do chefe dos Correios: O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, teve seu salário reajustado em 14% nos últimos dois anos, em meio a um cenário financeiro delicado da estatal, que registrou um prejuízo recorde de R$ 3,2 bilhões em 2024. Os dados foram obtidos por veículos como Metrópoles e Jornal Opção, com base em documentos oficiais da empresa e do governo federal.

De acordo com os registros, Fabiano recebeu dois aumentos consecutivos: o primeiro, em abril de 2023, elevou sua remuneração mensal de R$ 46.727,77 para R$ 50.933,27 — um acréscimo de 9%. Em abril de 2024, novo reajuste foi aplicado, desta vez de 4,62%, correspondente ao IPCA acumulado no período, levando o salário para R$ 53.300,00.

Correios justificam aumentos e citam defasagem

Em nota oficial publicada nas redes sociais, os Correios afirmaram que os reajustes seguiram “as diretrizes da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST/MGI)” e que foram aprovados pela Assembleia Geral Ordinária da estatal.

A empresa destacou ainda que os salários da alta direção estavam congelados desde 2016 e que os ajustes recentes seriam uma forma de corrigir a defasagem inflacionária acumulada. A presidência da estatal também alegou que a remuneração dos seus dirigentes permanece abaixo da média praticada em empresas públicas de grande porte.

Prejuízo histórico e crise interna agravam críticas

O aumento salarial, no entanto, gerou forte reação negativa diante do resultado financeiro da empresa. Em 2024, os Correios fecharam o exercício com um prejuízo de R$ 3,2 bilhões, contribuindo para o desempenho negativo das estatais federais, que registraram perdas de R$ 6,7 bilhões no total.

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Segundo fontes internas e relatórios publicados, entre os fatores apontados para o rombo estão a queda na receita com encomendas internacionais — impulsionada pela taxação de importações de até US$ 50 —, aumento nas despesas com precatórios e problemas de gestão herdados de governos anteriores.

Pressão pública e questionamentos sobre governança

Parlamentares e entidades de controle passaram a questionar o alinhamento entre as diretrizes de governança e a realidade financeira da estatal. Em meio a um ambiente de contenção de gastos e revisão do papel das empresas públicas, a decisão de reajustar salários da alta cúpula é vista por críticos como uma contradição à crise enfrentada.

Apesar das justificativas técnicas, o episódio reforça os desafios de conciliar a valorização da gestão com a responsabilidade fiscal e a percepção pública de eficiência e transparência.

Veja também: Fraude bilionária no INSS: quase 474 mil beneficiários denunciam descontos indevidos

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