Bloqueio bilionário e impostos mais altos: o plano do governo para equilibrar as contas
Bloqueio e aumento do IOF: O governo federal anunciou nesta quarta-feira (22) um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025 e o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), em uma tentativa direta de evitar o rompimento da meta fiscal do ano. A medida, que surpreendeu analistas e acendeu debates nas redes sociais, busca conter o avanço das despesas obrigatórias e compensar frustrações na arrecadação.
Crescimento explosivo de despesas obriga contenção emergencial
Segundo o Ministério do Planejamento, o aumento expressivo de gastos obrigatórios — especialmente com aposentadorias, pensões e Benefício de Prestação Continuada (BPC) — foi o principal motivo para o bloqueio de R$ 31,3 bilhões. Desse total, R$ 10,6 bilhões são cortes definitivos e R$ 20,7 bilhões são contingenciamentos temporários.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, explicou em entrevista coletiva que os cálculos fiscais realizados em 2024 não previam a magnitude do crescimento dos benefícios sociais. Além disso, a paralisação parcial da Receita Federal e a não compensação da desoneração da folha de pagamento impactaram fortemente a receita pública.
IOF mais caro: como a medida afeta o bolso dos brasileiros
Em paralelo ao congelamento de gastos, o governo publicou um decreto elevando o IOF em diversas operações. A nova tributação prevê:
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IOF de 5% para aportes mensais superiores a R$ 50 mil em previdência privada (como VGBL);
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IOF de 3,5% para empréstimos externos de curto prazo (prazo de até 364 dias).
De acordo com a equipe econômica, essas mudanças devem gerar uma arrecadação extra de R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que as medidas são essenciais para evitar a perda de credibilidade fiscal do país:
“Estamos tomando decisões duras, mas necessárias. Não há crescimento sustentável sem responsabilidade fiscal.”
Sem medidas, o déficit ultrapassaria o limite legal
A meta fiscal de 2025, aprovada pelo Congresso dentro do novo arcabouço fiscal, estabelece um déficit primário zero, com margem de tolerância de até R$ 31 bilhões (0,25% do PIB). Contudo, antes das novas medidas, a projeção do déficit era de R$ 51,7 bilhões — ultrapassando o teto permitido.
Analistas apontam que o governo buscou evitar um eventual rompimento da âncora fiscal, o que poderia gerar reação negativa dos investidores e pressão nos juros futuros. Nas redes sociais, no entanto, surgiram críticas sobre o impacto direto dessas decisões na classe média e nas empresas.
O que dizem os bastidores e a internet
Enquanto setores do mercado reagiram positivamente à firmeza fiscal, parlamentares da oposição acusaram o governo de penalizar a população com aumento de impostos. Já nas redes sociais, internautas discutem se o aumento do IOF não será apenas o primeiro de uma série de tributos a serem reajustados para atingir a meta.
Algumas especulações apontam que o governo ainda estuda mexer em incentivos setoriais e ampliar o controle de renúncias fiscais, caso as medidas atuais não sejam suficientes.
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