Brasil pressiona Pequim para liberar exportações e evitar prejuízo bilionário após surto de gripe aviária no RS
Brasil tenta reverter embargo da China: A confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil, localizada no município de Montenegro (RS), levou a China a suspender imediatamente a importação de carne de frango brasileira — gerando um efeito dominó no setor agroexportador e acendendo um alerta no governo federal. Agora, o país articula uma ofensiva diplomática para tentar convencer Pequim a restringir o embargo apenas à região afetada.
Segundo o Ministério da Agricultura, o caso foi detectado em 15 de maio de 2025, e todas as medidas sanitárias foram adotadas rapidamente: as aves infectadas foram eliminadas, a área foi isolada e ações de vigilância foram reforçadas em um raio de 10 quilômetros.
Embargo total segue protocolo sanitário assinado por Brasil e China
O embargo da China segue o protocolo sanitário firmado com o Brasil, que prevê a suspensão das exportações de carne de frango de todo o território nacional em caso de detecção do vírus da Influenza Aviária em plantel comercial. A medida tem validade inicial de 60 dias.
A China é, atualmente, o maior comprador de carne de frango do Brasil, respondendo por mais de 10% das exportações totais do produto em 2024. Apenas no ano passado, o Brasil exportou cerca de 5,3 milhões de toneladas de carne de frango para mais de 140 países.
Brasil tenta regionalizar embargo
Em resposta, o Ministério da Agricultura, em conjunto com a Embaixada do Brasil em Pequim, solicitou oficialmente à Administração Geral das Alfândegas da China (GACC) que a suspensão seja limitada à região de Montenegro. O pedido está baseado em critérios técnicos e nas medidas adotadas para contenção imediata do surto.
O ministro Carlos Fávaro declarou que, se não houver novos registros da doença nos próximos 28 dias, há expectativa de que a China aceite a proposta de regionalização — medida já adotada por países como Japão, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
Impacto econômico e reação nas redes
Setor teme prejuízos bilionários e internautas cobram resposta rápida
Nas redes sociais, produtores e consumidores manifestaram preocupação com o possível colapso nas exportações e os reflexos nos preços internos da carne de frango. Usuários apontam que o país deveria renegociar protocolos que penalizam toda a produção nacional por conta de um foco localizado.
Especialistas também criticam a rigidez do acordo com a China, ressaltando que a regionalização já é uma prática comum em acordos com outros países. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou nota afirmando que confia na diplomacia brasileira para reverter a situação antes que os prejuízos se agravem.
Negociações seguem em curso; próximos dias serão decisivos
As próximas semanas serão cruciais para o Brasil manter sua posição como maior exportador de carne de frango do mundo. A contenção do surto, a transparência nas ações sanitárias e a resposta da China ao pedido de regionalização do embargo definirão o rumo do mercado.
Enquanto isso, o setor agropecuário se mobiliza para pressionar o governo a reforçar a vigilância sanitária e garantir que casos como este não comprometam toda a cadeia produtiva nacional.
Veja Também: Gripe aviária: Brasil descarta casos suspeitos em MT, SE e RS e acende alerta com novos focos em análise