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sexta-feira, novembro 15, 2024

Dólar Atinge R$ 5,76, o Maior Valor em 3 Anos, com Influência de Fatores Externos e Fiscais; Bolsa Sofre Queda

Aumento no Valor do Dólar e Expectativas no Cenário Econômico

Dólar Alcança Recorde Histórico: O dólar registrou um aumento próximo de 1% nesta terça-feira (29), ultrapassando os R$ 5,76, seu maior patamar em três anos. O mercado está atento aos novos dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, além de manter foco nas expectativas em relação aos futuros passos do Federal Reserve (Fed) quanto aos juros, e também nas movimentações políticas antes da eleição presidencial americana. Essa conjuntura internacional impacta diretamente o câmbio e a economia no Brasil, que também vive incertezas fiscais.

No cenário nacional, o foco está na política fiscal, especialmente após declarações recentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O ministro destacou que um conjunto de medidas de contenção de gastos está sendo discutido, embora ainda não haja previsão de anúncio oficial. A moeda norte-americana encerrou a sessão com alta de 0,95%, sendo negociada a R$ 5,762, valor mais alto desde março de 2021, quando estava em R$ 5,774. Em sentido oposto, o índice Ibovespa recuou 0,37%, atingindo 130.729 pontos.

Expectativas sobre o Mercado de Trabalho nos EUA

Nos próximos dias, o mercado global se volta para uma série de dados econômicos nos Estados Unidos, incluindo o relatório de emprego de outubro, que será divulgado na sexta-feira (1º). Os investidores aguardam essas informações para avaliar o ritmo do mercado de trabalho e antecipar possíveis movimentos do Fed. Na terça-feira, dados do Bureau of Labor Statistics revelaram uma queda nas vagas de emprego, totalizando 7,4 milhões, número inferior aos 7,86 milhões de agosto. As previsões de economistas indicavam uma estimativa de 7,9 milhões de vagas, demonstrando a desaceleração do mercado de trabalho para níveis anteriores à pandemia.

Movimentações do Fed e Influência da Política Americana

O mercado precifica um possível ajuste gradual nos juros por parte do Fed em futuras reuniões, acompanhando também as expectativas para as eleições presidenciais americanas, onde o ex-presidente Donald Trump é um dos principais concorrentes. Dados econômicos positivos nos EUA, como o crescimento robusto e o controle da inflação, têm aliviado temores de desaceleração do mercado de trabalho, o que impulsionou o Fed a cortar 50 pontos-base nas taxas de juros. O controle inflacionário vem apontando para uma meta de 2%, conforme os últimos índices divulgados.

A probabilidade de uma redução de 25 pontos-base nas taxas pelo Fed ao final da próxima reunião, em 7 de novembro, é vista como alta, aproximadamente 97%, pelos operadores. Além disso, a expectativa de juros elevados aumentou os rendimentos dos Treasuries, o que fortalece o dólar. No radar do mercado, estão ainda o PIB dos EUA para o terceiro trimestre, com divulgação prevista para quarta-feira, e o índice PCE — o indicador preferido do Fed para a inflação —, que será revelado na quinta-feira.

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Victor Furtado, diretor de alocação da WI Capital, comentou que “o mercado já precifica uma vitória de Trump. Caso os dados sejam fortes e Trump vença a eleição, podemos ter uma reprecificação dos ativos, já que isso indicaria um cenário de política monetária mais rígida nos EUA”.

Cenário Econômico Brasileiro e Ações do Governo

No cenário doméstico, o mercado segue aguardando as promessas de medidas de contenção de gastos pelo governo. Fernando Haddad declarou que o envio dessas medidas depende da decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quando questionado sobre o andamento das discussões, Haddad afirmou que o presidente está solicitando informações à equipe econômica, que, por sua vez, apresenta os dados necessários para avaliação.

O ministro acrescentou: “Está avançando a conversa, estamos em diálogo com o [Ministério do] Planejamento [e Orçamento]. Estamos fazendo as contas para ajustarmos as medidas da melhor forma possível”. A expectativa é que essas ações promovam equilíbrio fiscal, mas os detalhes das medidas continuam indefinidos.

A alta do dólar e as perspectivas de ajuste fiscal se somam a um contexto global e interno que traz desafios, mas também aponta para movimentações relevantes nos próximos dias.

Veja também: Polícia do Rio de Janeiro Prende Rogério Andrade, Chefão do Jogo do Bicho, por Encomendar Morte de Rival, Fernando Iggnácio

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