Audiência marcada para 7 de abril busca esclarecer operação de R$ 2 bilhões
Compra do Banco Master pelo BRB: A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) convocou Paulo Henrique Costa, presidente do Banco de Brasília (BRB), para explicar a compra de 58% do Banco Master por cerca de R$ 2 bilhões. A audiência, agendada para 7 de abril de 2025, reflete dúvidas dos deputados sobre a legalidade e os impactos da transação bilionária, aprovada pelo Conselho de Administração do BRB em 28 de março. Confira os detalhes.
Contexto da Operação
O BRB, banco estatal controlado pelo Governo do Distrito Federal (GDF), anunciou a aquisição do Banco Master como parte de sua estratégia de expansão. A operação, que envolveu a compra de 58% do capital total da instituição privada, foi formalizada após meses de negociações. O Master, conhecido por oferecer CDBs com taxas agressivas — até 140% do CDI —, tem um portfólio que inclui ativos de risco, como precatórios.
A transação ainda depende de aval do Banco Central (BC) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas já causa polêmica na CLDF e entre sindicatos.
Detalhes da Convocação
Sessão na CLDF
O convite ao presidente do BRB foi confirmado por Wellington Luiz, presidente da CLDF, em 31 de março, segundo o portal Metrópoles. A audiência busca esclarecer os termos do negócio, como os ativos excluídos na reorganização societária do Master e o impacto financeiro para o BRB. Parlamentares questionam a ausência de aval legislativo para uma operação desse porte com recursos públicos.
Parecer da Procuradoria
Um parecer interno da procuradoria do BRB afirma que a compra não exige aprovação da CLDF, por se enquadrar no plano de negócios da estatal. No entanto, deputados da oposição discordam, alegando que a magnitude da transação demanda maior transparência.
Impactos e Questionamentos
Legalidade em Debate
A operação levanta dúvidas sobre sua conformidade com a Lei das Estatais (Lei nº 13.303/2016), que exige licitude e eficiência na gestão de empresas públicas. Especialistas apontam que, caso a compra beneficie indevidamente acionistas privados ou encubra fragilidades do Banco Master, poderia ser contestada judicialmente. O Sindicato dos Bancários do DF planeja acionar o Ministério Público para investigar.
Riscos Financeiros
O Banco Master enfrentava restrições do BC devido às altas taxas de seus CDBs e à concentração em precatórios. Analistas questionam se o BRB está assumindo riscos excessivos, especialmente considerando o valor de R$ 2 bilhões investido.
Declarações Oficiais
Wellington Luiz, presidente da CLDF, declarou: “É nosso dever fiscalizar o uso de recursos públicos. Queremos entender os detalhes dessa compra.” Já Paulo Henrique Costa, em nota do BRB, defendeu a operação como “estratégica para o crescimento do banco e do Distrito Federal”. O GDF ainda não se pronunciou oficialmente.
Dados Relevantes
-
Valor da compra: R$ 2 bilhões por 58% do Banco Master.
-
Data da aprovação: 28 de março de 2025, pelo Conselho do BRB.
-
Audiência na CLDF: 7 de abril de 2025.
-
Órgãos reguladores: Banco Central e Cade analisam a transação.
A compra do Master é a maior operação do BRB em anos, mas seu desfecho depende das respostas de Paulo Henrique Costa e das decisões regulatórias.