Presidente da Ucrânia surpreende ao oferecer sua saída em troca do fim da guerra e entrada na aliança militar ocidental
Zelensky oferece renúncia por paz: O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou neste domingo (23) que está disposto a deixar o cargo em troca do encerramento imediato da guerra com a Rússia e da adesão oficial da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Proposta inédita após três anos de guerra
Durante uma coletiva de imprensa realizada em Kiev, Zelensky afirmou que, se sua renúncia significar o fim da invasão russa e garantir que a Ucrânia ingresse oficialmente na OTAN, está preparado para abrir mão do cargo.
“Se for pela paz na Ucrânia e se realmente desejarem que eu deixe a presidência, estou pronto para isso. Posso trocar o cargo pela entrada da Ucrânia na OTAN, se houver essa oportunidade”, declarou o presidente.
Negociações estratégicas
O anúncio acontece em um momento crítico, próximo ao terceiro aniversário da invasão russa, que começou em 24 de fevereiro de 2022. Desde então, a guerra causou dezenas de milhares de mortes e milhões de deslocados, além de impactos econômicos significativos.
Zelensky também expressou a intenção de se reunir diretamente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, antes de qualquer encontro oficial entre o líder norte-americano e Vladimir Putin, presidente da Rússia.
“Qualquer negociação que ocorra sem a presença ou consentimento da Ucrânia não será reconhecida por nós”, enfatizou Zelensky.
Eleições suspensas desde início da guerra
Devido ao conflito, a Ucrânia está sob lei marcial desde fevereiro de 2022, o que impede legalmente a realização de eleições no país. Originalmente, novas eleições presidenciais deveriam ter ocorrido em 31 de março de 2024, mas foram suspensas até que a situação de segurança seja restabelecida.
Lei marcial em vigor
A lei marcial, vigente há quase três anos, transfere temporariamente poderes civis para autoridades militares, permitindo medidas excepcionais como a suspensão de direitos fundamentais e mobilização nacional obrigatória. Zelensky defendeu repetidamente essa medida como essencial para a defesa do país diante da ameaça russa.
Repercussão internacional
A declaração de Zelensky gerou reações rápidas da comunidade internacional. Líderes europeus e representantes da OTAN ainda não emitiram posicionamento oficial sobre a proposta, enquanto os Estados Unidos reafirmaram apoio às negociações que garantam soberania territorial ucraniana.
A Rússia também não se manifestou oficialmente sobre a oferta de Zelensky até o momento.
Cenário incerto e próximos passos
A oferta de Zelensky pode representar uma mudança significativa nas negociações de paz. No entanto, analistas alertam que ainda é cedo para avaliar se Moscou considerará a proposta séria ou se a OTAN aceitará acelerar a entrada da Ucrânia, algo visto como potencialmente provocador pela Rússia.
Os próximos dias serão decisivos para entender os desdobramentos da declaração presidencial e suas implicações para a guerra e estabilidade regional.
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