Setores do agronegócio podem se beneficiar, enquanto siderurgia brasileira enfrenta desafios
Vitória de Trump Pode Beneficiar Exportações do Brasil: A recente vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos trouxe um tom protecionista à política econômica do país, com foco na indústria e no emprego local. Para especialistas em comércio exterior, essa postura pode criar oportunidades para o Brasil em algumas áreas, enquanto setores específicos, como o de aço, podem enfrentar dificuldades.
Oportunidades no Agronegócio Brasileiro
Analistas de comércio destacam que o novo posicionamento dos Estados Unidos poderá impactar fortemente a China, gerando uma abertura no mercado global que pode ser explorada pelo agronegócio brasileiro. “As principais commodities exportadas pelo Brasil, como café, suco de laranja, derivados da cana-de-açúcar e carne bovina, podem encontrar uma demanda crescente se a economia dos EUA prosperar em 2025, impulsionada pelas isenções e incentivos fiscais prometidos por Trump”, explica Mario Scangarelli, CEO da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Brasil (Cisbra).
A postura anti-China do presidente eleito Trump pode elevar a necessidade de fornecimento externo para manter a cadeia produtiva americana. Isso cria uma chance para o Brasil ocupar um papel mais expressivo no fornecimento de produtos que os EUA deixarão de importar da China caso implementem políticas de restrição comercial.
Riscos de Estagnação Econômica
Embora o cenário seja animador para algumas áreas, Gustavo Cruz, economista da RB Consultoria, alerta sobre o risco de uma guerra comercial entre os EUA e a China. “Se uma guerra comercial realmente se intensificar, pode haver uma estagnação econômica entre essas potências, o que prejudicaria as exportações brasileiras”, pontua Cruz. Segundo ele, a China tem diversificado seus investimentos, favorecendo países como o México, que possui uma proximidade geográfica com os Estados Unidos, permitindo um escoamento de produtos menos afetado pelas barreiras comerciais.
Impactos Negativos para o Setor Siderúrgico
Por outro lado, o setor de aço no Brasil pode ser prejudicado pela política protecionista de Trump. Entre suas propostas está uma tarifa global de 10% sobre todas as importações, o que afetaria diretamente produtos como o aço semiacabado brasileiro. “Os EUA historicamente protegem seu setor siderúrgico, e é provável que o novo governo mantenha essa postura”, comenta Cruz.
O setor de aço e ferro tem alta representatividade econômica nos Estados Unidos, e o aumento de tarifas visando principalmente a China poderá impactar as exportações brasileiras, devido ao efeito colateral das medidas. A China, como maior exportadora mundial desses produtos para os EUA, teria sua capacidade de oferta reduzida, o que pode gerar instabilidade nos preços e criar uma competição ainda mais acirrada para exportadores como o Brasil.
Considerações Finais e Expectativas para o Mercado Brasileiro
A vitória de Trump, com sua abordagem protecionista, deve impulsionar o agronegócio brasileiro, especialmente se houver redução da participação da China no mercado americano. Contudo, setores dependentes das exportações americanas, como o de aço, enfrentam desafios consideráveis caso sejam aplicadas tarifas rígidas a produtos estrangeiros.
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