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sexta-feira, novembro 15, 2024

Uso de Anabolizantes: Estudo Aponta Aumento do Risco de Mortalidade

Ameaça à Saúde Pública: Proibição dos Esteroides Anabolizantes no Brasil

Riscos do Uso de Anabolizantes: Estudo Alarmante; Há um ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) tomou uma medida crucial proibindo o uso de esteroides androgênicos e anabolizantes (EAA) com propósitos estéticos, de desempenho ou para ganho de massa muscular no Brasil. Reconhecido como um problema de saúde pública, o uso indiscriminado dessas substâncias sintéticas derivadas da testosterona eleva os riscos à saúde, especialmente os relacionados à saúde cardiovascular. Recentemente, uma carta científica publicada no Jama, uma das revistas médicas mais prestigiadas do mundo, revelou dados alarmantes de um estudo observacional dinamarquês: o uso de anabolizantes aumenta em 2,8 vezes o risco de morte.

Estudo Dinamarquês: Alerta para os Perigos dos Anabolizantes

A Dinamarca mantém um registro médico de todos os seus cidadãos e, ao longo de cerca de 11 anos, realizou inspeções esporádicas com testes antidoping em academias de ginástica do país. Para cada indivíduo identificado como usuário de anabolizantes, foram incluídos 50 controles da população em geral. O estudo acompanhou 1.189 homens usuários de esteroides anabolizantes e 59.450 homens controle, com média de idade de 27 anos.

Durante o período de observação, 33 usuários de anabolizantes faleceram, em comparação com 578 no grupo controle (cada usuário de anabolizantes foi comparado a 50 indivíduos do grupo controle). Isso significa que a taxa de mortalidade entre os usuários de anabolizantes foi 2,81 vezes maior do que entre os não-usuários. Quando consideradas as mortes não naturais, como acidentes, crimes violentos e suicídios, a diferença foi ainda mais expressiva, alcançando uma taxa de mortalidade 3,64 vezes maior entre os usuários de esteroides em comparação com os não usuários.

Alerta aos Efeitos Adversos: Necessidade de Conscientização

O endocrinologista Clayton Luiz Dornelles Macedo, coordenador do Núcleo de Endocrinologia do Exercício e do Esporte do Hospital Israelita Albert Einstein e do ambulatório de Endocrinologia do Esporte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), expressa sérias preocupações sobre os riscos associados ao uso de anabolizantes. Ele destaca a urgência de conscientização sobre os efeitos prejudiciais dessas substâncias.

Apesar das limitações do estudo, como a natureza observacional e a impossibilidade de identificar as causas específicas das mortes, os especialistas afirmam que os resultados são significativos e se somam às evidências existentes sobre os riscos à saúde.

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Acolhimento e Orientação: Importância do Tratamento Individualizado

Macedo ressalta a necessidade de oferecer suporte e orientação individualizada aos pacientes que decidem interromper o uso de anabolizantes. A suspensão abrupta dessas substâncias pode resultar em sintomas de abstinência e desequilíbrio hormonal, exigindo um acompanhamento cuidadoso por parte dos profissionais de saúde.

O especialista enfatiza a importância de alternativas ao uso de anabolizantes, incluindo treinamento adequado, nutrição balanceada e, quando necessário, suporte psicológico e psiquiátrico. O processo de retirada da substância deve ser gradual e adaptado às necessidades individuais de cada paciente.

Riscos Superam Quaisquer Benefícios Potenciais

Um ano após a proibição do uso de anabolizantes com fins estéticos e de performance no Brasil, Macedo observa uma melhoria na conscientização sobre os perigos dessas substâncias. No entanto, ele enfatiza que o uso de anabolizantes ainda é um problema significativo no país, e os riscos associados superam quaisquer benefícios potenciais. Macedo conclui que é essencial continuar educando o público sobre os perigos do uso de anabolizantes e oferecer apoio integral aos indivíduos que desejam interromper seu uso.

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