Contexto da ameaça de Trump ao Irã
Trump ameaça Irã com bombardeios: Em uma entrevista por telefone à emissora norte-americana NBC News neste domingo, 30 de março de 2025, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma declaração contundente sobre o programa nuclear iraniano. Segundo ele, caso o Irã não chegue a um acordo com os EUA, “haverá bombardeios”. A fala ocorre em um momento de negociações entre autoridades dos dois países, mas sem avanços significativos divulgados até agora.
A questão nuclear iraniana é um ponto de atrito global há décadas, especialmente desde a saída dos EUA do acordo nuclear (JCPOA) em 2018, durante o primeiro mandato de Trump. O republicano, que assume a Casa Branca em janeiro de 2025, parece retomar uma postura linha-dura contra Teerã.
Detalhes da declaração e do cenário atual
Trump não especificou detalhes sobre as conversas em andamento, mas reforçou que o Irã enfrentará consequências graves se não houver cooperação. “Eles sabem o que está em jogo”, disse à NBC, sugerindo que bombardeios seriam uma resposta direta à falta de um acordo. Ele também mencionou a possibilidade de impor tarifas secundárias a países que negociem com o Irã, ampliando a pressão econômica.
O governo iraniano ainda não respondeu oficialmente à declaração. No entanto, Teerã tem reiterado que seu programa nuclear é pacífico e voltado para fins energéticos, uma posição contestada por Washington e aliados como Israel.
Negociações em curso: o que se sabe até agora
Fontes do Departamento de Estado dos EUA confirmaram à CNN Internacional que diálogos indiretos com o Irã estão acontecendo, mediados por países como o Catar e Omã. Esses contatos visam limitar o enriquecimento de urânio pelo Irã, que, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), atingiu níveis de 60% em 2024 — próximos dos 90% necessários para uma bomba nuclear.
Apesar disso, nenhum prazo ou progresso concreto foi divulgado, o que aumenta a incerteza no cenário diplomático.
Impactos da ameaça no Oriente Médio e no mundo
A declaração de Trump já reverbera na geopolítica global. Israel, principal adversário regional do Irã, pode interpretar a fala como um aval para ações militares preventivas. Em 2024, Tel Aviv realizou ataques aéreos contra instalações nucleares iranianas, o que elevou as tensões na região.
Analistas apontam que um conflito aberto entre EUA e Irã poderia desestabilizar o mercado de petróleo. O Irã, membro da OPEP, produziu cerca de 3,2 milhões de barris por dia em 2024, segundo dados da organização. Um ataque poderia disparar os preços globais, afetando economias como a brasileira, dependente de importações.
Reações internacionais
A União Europeia, que busca preservar o JCPOA, ainda não comentou oficialmente a fala de Trump. Já a Rússia, aliada do Irã, criticou a postura americana. “Ameaças militares só agravam o caos”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em comunicado nesta segunda-feira, 31 de março.
No Brasil, o Itamaraty acompanha o caso, mas não se pronunciou até o momento.
Dados que explicam a crise nuclear iraniana
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Enriquecimento de urânio: O Irã possui 4.745 kg de urânio enriquecido, segundo relatório da AIEA de fevereiro de 2025.
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Sanções: Desde 2018, os EUA impuseram mais de 700 sanções ao Irã, afetando sua economia em cerca de US$ 200 bilhões, conforme estimativas do Banco Mundial.
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Histórico: O acordo nuclear de 2015 limitava o programa iraniano em troca de alívio econômico, mas foi abandonado por Trump em seu primeiro mandato.
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