Tensão entre EUA e China dispara nos mercados e acende alerta global para nova guerra comercial
Trump ameaça tarifa de 50% à China: A tensão entre Estados Unidos e China voltou a dominar o noticiário internacional nesta segunda-feira (7), após o presidente Donald Trump ameaçar impor novas tarifas de até 50% sobre produtos chineses, caso o governo de Pequim não recue de sua mais recente retaliação econômica contra os EUA.
Segundo o portal Business Insider, Trump deu à China um prazo até terça-feira (8 de abril) para cancelar as tarifas de 34% que implementou em resposta a sanções anteriores impostas por Washington. Caso contrário, as novas tarifas entrarão em vigor no dia seguinte.
A guerra comercial ganha novos capítulos
O anúncio foi feito por Trump durante uma entrevista coletiva na Casa Branca, na qual afirmou que “a paciência dos Estados Unidos está se esgotando” e que “é hora de a China reconhecer que os dias de desequilíbrio comercial acabaram”. A ameaça marca uma escalada agressiva no já delicado relacionamento comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Essa medida afeta setores como tecnologia, semicondutores, energia e agricultura, que já haviam sido prejudicados por sanções anteriores. Estima-se que os produtos chineses impactados pela possível nova tarifa movimentem mais de US$ 200 bilhões ao ano, segundo análise da AP News.
Mercado global reage com fortes quedas
O efeito foi imediato nos mercados. O índice Dow Jones caiu 2,4% nesta segunda, enquanto o S&P 500 teve retração de 2,1%. Bolsas na Europa e Ásia também fecharam em queda, refletindo a preocupação com um novo ciclo de instabilidade econômica global.
Empresas de tecnologia, como Nvidia e Apple, estão entre as mais atingidas, devido à exposição de suas cadeias de fornecimento à China. Analistas temem que, caso as tarifas sejam implementadas, a China possa contra-atacar com restrições tecnológicas e sanções a empresas norte-americanas.
O que dizem os especialistas
Para Paul Krugman, economista vencedor do Prêmio Nobel, “a retórica de Trump eleva a disputa comercial a um novo patamar, perigoso não apenas para os mercados, mas também para a segurança geopolítica global”.
Já o analista Andrew Tilson, da Bloomberg Economics, avalia que “há pouco espaço para negociação real no curto prazo”, e alerta que o prazo imposto por Trump pode desencadear medidas de emergência em bancos centrais de países emergentes, especialmente os mais sensíveis ao comércio internacional.
O que diz a China
Em comunicado oficial, o Ministério do Comércio da China afirmou que as sanções impostas foram “uma resposta proporcional e legítima às políticas injustas do governo norte-americano” e que “Pequim não aceitará ameaças unilaterais sob pressão”.
Embora o governo chinês tenha deixado uma janela aberta para o diálogo, fontes ouvidas pela Reuters indicam que a China não pretende revogar as tarifas sem contrapartidas significativas, o que torna difícil qualquer recuo antes do prazo imposto.
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