A denúncia foi feita por um médico do Hospital Federal Cardoso Fontes; o caso está sendo investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher.
O Caso e a Investigação
O incidente ocorreu em 25 de julho e está sendo investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá. De acordo com o relato do médico que fez a denúncia, a paciente estava sob efeito de anestesia e posicionada para a cirurgia quando ele notou o técnico de enfermagem, atrás da porta de vidro, com o celular em mãos e a câmera ligada, fotografando as partes íntimas da paciente.
Ao ser questionado, o técnico negou a acusação de forma veemente, alegando que estava apenas procurando sinal de celular e que já estava em ligação com sua esposa no momento em que foi abordado. Em depoimento à polícia, ele reafirmou sua versão, dizendo que estava usando o aplicativo de fotos para enviar uma selfie à esposa.
Reação da Vítima e Ações Legais
A paciente foi informada sobre o incidente oito dias após receber alta do hospital, o que a deixou profundamente abalada. Mãe de quatro filhos e avó de uma neta, ela relatou ao portal de notícias local que se sente “culpada, suja e inútil” desde que tomou conhecimento do ocorrido.
A direção do hospital, após a denúncia do médico, notificou o Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ) para que uma investigação ética fosse conduzida. Além disso, a Polícia Civil pediu à Justiça um mandado de busca e apreensão do celular do técnico de enfermagem, com a intenção de verificar a existência de qualquer material comprometedor. Até o momento, o técnico continua a exercer suas funções no hospital.
Posicionamento das Autoridades
O Coren-RJ confirmou que abriu uma investigação para apurar a conduta do técnico, e o Ministério da Saúde anunciou que abrirá uma sindicância interna para avaliar o caso e tomar as medidas cabíveis. O departamento também informou que o técnico de enfermagem, um servidor temporário, será desligado de suas funções.
Em nota, o Conselho Regional de Enfermagem afirmou que o profissional pode ser advertido ou até ter o direito ao exercício profissional cassado por até 30 anos, dependendo dos resultados da investigação. O Ministério da Saúde garantiu que a vítima está recebendo todo o suporte necessário.
Histórico do Técnico Acusado
O técnico de enfermagem tem um histórico de passagens pela polícia, incluindo acusações de abuso sexual, ameaça, estelionato e apropriação indébita. Algumas dessas acusações ainda estão em aberto, o que levanta mais questões sobre sua conduta profissional e ética.
A defesa da paciente está buscando que o caso seja reclassificado como estupro de vulnerável, uma vez que a vítima estava anestesiada e incapaz de oferecer resistência no momento do suposto ato.
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