Pedido da defesa alegava falta de acesso a provas, mas ministro considerou argumento infundado
STF mantém ação de golpe contra Bolsonaro: O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu mais um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que buscava suspender a ação penal referente à investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O pedido foi negado na última quinta-feira (6), e o processo segue em curso, com a fase de interrogatórios marcada para começar no dia 10 de junho.
Defesa alegava cerceamento e queria mais tempo para analisar provas
De acordo com os advogados de Bolsonaro, o processo apresenta “cerceamento de defesa”, já que ainda estariam sendo anexadas provas e diligências realizadas pela Polícia Federal. A equipe jurídica alegou não ter tido tempo hábil para acessar todo o conteúdo inserido nos autos e pediu a suspensão da oitiva do ex-presidente até a conclusão de todas as audiências de testemunhas relacionadas.
No entanto, Moraes considerou que não houve qualquer irregularidade processual. Segundo ele, todos os documentos relevantes já foram disponibilizados às defesas, e não há previsão legal que justifique a paralisação da ação. “A tese de que ainda há material a ser analisado não se sustenta. A defesa teve amplo acesso às provas, com tempo adequado para analisá-las”, afirmou o ministro na decisão.
Interrogatórios seguem mantidos e incluem Mauro Cid
A decisão do magistrado reforça que a fase de interrogatórios dos oito réus envolvidos, incluindo Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, está mantida. Cid será o primeiro a depor presencialmente, em audiência marcada para o dia 10 de junho, na sala da 1ª Turma do STF. A ação penal é considerada um dos processos centrais da chamada “trama golpista”.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o grupo de tentar impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por meio de articulações ilegais envolvendo militares, ex-ministros e aliados. Segundo os autos, Bolsonaro teria participado da elaboração de uma minuta de decreto de golpe, além de manter reuniões sigilosas com altos oficiais das Forças Armadas.
O que dizem as redes e o impacto político do caso
Nas redes sociais, a decisão de Moraes reacendeu debates acalorados. Parte dos apoiadores do ex-presidente afirma que o STF está politizando o processo, enquanto críticos defendem o avanço das investigações como um passo essencial para a preservação da democracia. O nome de Moraes esteve entre os assuntos mais comentados no X (antigo Twitter) na manhã desta sexta-feira.
Analistas políticos avaliam que a manutenção do processo e a possível condenação de Bolsonaro podem inviabilizar seu retorno ao cenário eleitoral em 2026. Já no campo jurídico, especialistas ressaltam que o STF está agindo dentro dos limites constitucionais e com base em provas robustas reunidas durante meses de investigação.
Veja Também: Trama golpista: STF inicia depoimentos e ouve testemunhas que citam pressão de Bolsonaro sobre militares
