Senado Aprova Indicação de Gabriel Galípolo à Presidência do Banco Central
Novo Presidente do Banco Central: O plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira (8), a nomeação do economista Gabriel Galípolo para ocupar a presidência do Banco Central (BC). A decisão, que já havia sido aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) de forma unânime, agora será comunicada à presidência da República para oficialização.
Votação no Plenário e Sabatina na CAE
Com 66 votos a favor, 5 contrários e nenhuma abstenção, a indicação de Galípolo para o comando do BC foi amplamente aceita no plenário do Senado. Antes disso, o economista havia passado por uma sabatina na CAE, onde foi aprovado por unanimidade com 26 votos.
Durante a sabatina, Gabriel Galípolo destacou que recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a garantia de autonomia na tomada de decisões à frente da instituição. “Tive a liberdade assegurada pelo presidente Lula para atuar com foco nos interesses da população brasileira”, afirmou Galípolo. Ele também negou qualquer tipo de interferência ou pressão do chefe do Executivo em suas decisões.
Relação com Roberto Campos Neto e Oposição
Galípolo enfatizou que mantém uma boa relação tanto com o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, quanto com Lula, afastando qualquer ideia de polarização ou conflito. Desde o ano passado, Campos Neto foi alvo de críticas de Lula, especialmente em relação à Selic, a taxa básica de juros, cujo patamar elevado foi motivo de pressão política.
Durante a sabatina, senadores da oposição elogiaram Campos Neto, mas também manifestaram apoio à nomeação de Galípolo, reconhecendo sua qualificação e já o tratando como “presidente” do Banco Central.
Gabriel Galípolo: Carreira e Contribuições
Antes de ser indicado para o BC, Gabriel Galípolo ocupava o cargo de diretor de política monetária da instituição. Aos 42 anos, o economista é natural de São Paulo e possui uma sólida formação acadêmica, com graduação e mestrado em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), além de uma pós-graduação em política econômica.
Galípolo iniciou sua carreira no setor público em 2007, no governo de José Serra (PSDB), e posteriormente se destacou no setor privado, ocupando a presidência do Banco Fator entre 2017 e 2021. Sua proximidade com o presidente Lula começou nesse mesmo ano, durante uma transmissão ao vivo com o mercado financeiro.
Além de sua atuação no setor bancário, Galípolo é coautor de diversos livros, em parceria com o renomado economista Luiz Gonzaga Belluzzo, como “Dinheiro: o Poder da Abstração Real” e “A Escassez na Abundância Capitalista”.
Galípolo e a Política de Juros
No mercado financeiro, Galípolo ganhou notoriedade por suas declarações sobre a política de juros do Banco Central. Desde sua entrada no BC, ele participou de diversas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), incluindo a reunião em setembro, onde a taxa Selic foi elevada para 10,75% ao ano, após um aumento de 0,25 ponto percentual.
O economista indicou que novos aumentos poderiam ser adotados caso fosse necessário para controlar a inflação, destacando que o Banco Central atuaria de forma independente. Galípolo também apoiou a queda gradual da taxa de juros a partir de agosto de 2023, apesar de divergências dentro do colegiado.
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