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quinta-feira, janeiro 16, 2025

Sem acordo na CCJ, Lira leva PEC do corte de gastos direto ao Plenário

Movimento do governo enfrenta críticas da oposição

PEC do corte de gastos no Plenário: O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta quarta-feira (4) que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2014 será pautada diretamente no Plenário. A proposta, que integra o pacote de corte de gastos do governo, inclui medidas como a redução gradual de beneficiários do abono salarial e o limite para supersalários no funcionalismo público.

Sem consenso para aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o governo defendeu a estratégia de levar a matéria direto ao Plenário. Segundo Lira, a PEC será apensada a outra já pronta para votação, um procedimento com precedentes na Câmara.

“Será designado um relator que dialogará efetivamente para acelerar a tramitação. Não tenho dúvidas de que será mais rápido do que passar por uma comissão especial”, afirmou Lira.

Impasses na CCJ

A oposição e partidos como o PSOL prometeram pedir vistas na CCJ, o que atrasaria o cronograma. Para evitar contratempos, o governo optou por bypassar o colegiado, argumentando que há precedentes regimentais para tal ação.

“O prazo desejado  pelo governo é votar esta matéria até  dia18 de dezembro, o que seria inviável se a PEC tramitasse pela CCJ”, explicou Rubens Pereira Júnior (PT-MA), vice-líder do governo.

Durante a pandemia, a chamada PEC Emergencial também foi levada diretamente ao Plenário após acordo entre líderes, criando um precedente usado agora pelo governo.

Críticas da oposição

A oposição criticou o movimento de Lira, apontando desrespeito ao rito regimental. Para Mendonça Filho (União-PE), o governo demonstra falta de força política.

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“Passar por cima da CCJ e passar por cima da comissão especial, o que é inaceitável. A gente tem que protestar”, afirmou.

A presidente da CCJ, deputada Caroline de Toni (PL-SC), também manifestou insatisfação, destacando o enfraquecimento do colegiado.

Mudanças propostas pela PEC 45

A PEC traz mudanças significativas como:

  • Redução do acesso ao abono salarial: o benefício será gradualmente limitado, até 2035, aos trabalhadores que ganhem até um salário mínimo e meio.
  • Limitação de supersalários: restrições às verbas indenizatórias que ultrapassem o teto do funcionalismo público.
  • Regras para incentivos fiscais: novas normas para concessão e prorrogação de benefícios fiscais.

A PEC integra o pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo e tem como objetivo gerar impacto no orçamento de 2025. Apesar das controvérsias, o governo segue firme na estratégia de agilizar sua aprovação.

Veja Também: Governo Envia PEC de Corte de Gastos ao Congresso Nacional, Incluindo a Proibição de Supersalários de Servidores Públicos e Regras do Abono Salarial

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