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quinta-feira, novembro 14, 2024

Seca no Amazonas Chega Antecipada e Coloca Cidades em Estado de Emergência

A Gravidade da Seca em 2024

Seca no Amazonas 2024: A seca no Amazonas em 2024 está se mostrando mais severa do que a do ano anterior, que foi a mais intensa da história do estado. As medições indicam que a descida dos rios começou mais cedo, com reduções observadas ainda na primeira quinzena de junho, antecipando um fenômeno que normalmente inicia entre o final de junho e o começo de julho.

Impacto nos Municípios

No município de Tabatinga, no Alto Solimões, a descida do rio começou entre os dias 17 e 18 de junho, quando o nível das águas baixou 26 centímetros, atingindo a cota de 7,34 metros. Após um breve repiquete entre os dias 29 de junho e 1º de julho, o rio desceu para 5,70 metros até o dia 9 de julho.

Outro município afetado é Itacoatiara, onde a medição mais recente em 10 de julho indicou uma cota de 11,84 metros, com uma redução de 49 centímetros desde o pico em 10 de junho. Em Manaus, o Rio Negro desceu 35 centímetros em 18 dias, marcando 26,49 metros em 11 de julho.

Fatores Determinantes

Estudos do World Weather Attribution (WWA) apontam que mudanças climáticas são as principais responsáveis pela seca histórica no Amazonas. Fenômenos como El Niño e La Niña têm papel crucial. O El Niño provoca secas no Norte e chuvas intensas no Sul do Brasil, enquanto o La Niña traz chuvas para o Norte e o Nordeste e estiagem no Sul.

O meteorologista Carlos Nobre explica que o aquecimento global intensificou esses fenômenos: “O El Niño sempre causou seca na Amazônia e chuva no Sul, mas agora esses eventos são mais extremos”. Em 2024, a influência do La Niña pode amenizar a seca, conforme destaca Flávio Altieri, analista do Censipam.

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Preocupação dos Moradores

Com a descida precoce e rápida dos rios, cresce a preocupação entre os moradores que dependem das águas para sobreviver. A Defesa Civil recomenda estocar água e alimentos. Tayane Paz, vendedora de peixe, relembra as dificuldades de 2023 e se prepara para a seca mudando para a zona urbana de Manaus. João Rocha, da Cooperativa dos Profissionais de Transporte Fluvial da Marina do Davi (ACAMDAF), tenta economizar dinheiro para enfrentar a estiagem. Karina Souza, comerciante, planeja contar com ajuda para não enfrentar sozinha as dificuldades deste ano.

Impactos Econômicos

Empresas que dependem dos rios para transporte também estão preocupadas. A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) emitiu uma nota alertando sobre os possíveis impactos econômicos da estiagem em 2024 e pediu medidas ao poder público para mitigar os prejuízos.

Ações Preventivas

Diante das previsões de uma seca tão severa quanto a de 2023, o governo do Amazonas decretou estado de emergência em 20 municípios das calhas do Juruá, Purus e Alto Solimões, além de uma emergência ambiental devido às queimadas. O governador Wilson Lima destacou a importância do decreto para mobilizar recursos e ações de ajuda humanitária, abastecimento de água potável, insumos e medicamentos, além da manutenção da rede estadual de educação.

Municípios como Guajará, Envira e Ipixuna já estão recebendo medicamentos e insumos, conforme a secretária de saúde Nayara Oliveira. A vazante dos rios está prejudicando o transporte fluvial, aumentando a necessidade de ações emergenciais.

Veja também: Wilson Lima Anuncia Ação do Procon Contra Empresas por Taxa de Transporte Durante Seca

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