Nível das Águas Cai 46 Centímetros em Uma Semana
Seca Histórica no Rio Amazonas: O Rio Amazonas, após um leve aumento de nível entre os dias 13 e 24 de outubro, apresentou uma significativa redução de 46 centímetros nos últimos sete dias, atingindo a impressionante marca de -17 centímetros nesta quinta-feira, 31. Este é o menor nível já documentado pela Defesa Civil em Itacoatiara, município localizado no interior do Amazonas.
O estado do Amazonas enfrenta uma das piores secas de sua história, com graves consequências econômicas e sociais. Conforme informado pela Defesa Civil do Amazonas, mais de 800 mil cidadãos estão sendo impactados pela redução do nível dos rios, resultando em prejuízos que já superam R$ 620 milhões em 2024. Todas as cidades do estado se encontram em situação de emergência.
Impactos da Seca em Itacoatiara
Em Itacoatiara, o recorde anterior foi registrado em 13 de outubro, quando o nível do rio chegou a -0,11 metros, segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Desde então, o nível das águas variou devido ao fenômeno conhecido como “repiquete”, característico dos rios na região amazônica, onde as águas flutuam de forma semelhante a um efeito sanfona.
A seca deste ano tem causado severos impactos na zona rural do município, resultando no isolamento de várias comunidades. Segundo a Defesa Civil, mais de 28 mil pessoas em Itacoatiara estão sendo afetadas pela seca, e a instituição continua a enviar ajuda humanitária aos ribeirinhos.
Situação Hidrológica no Estado
No âmbito hidrológico, as calhas dos rios Alto, Médio e Baixo Solimões, Médio e Baixo Amazonas, Madeira, Purus e Rio Negro estão com níveis críticos, apresentando cotas mínimas históricas entre setembro e outubro. Nesta quinta-feira, 31, em Manaus, o Rio Negro registrou 12,18 metros. Este ano, a capital viu o nível mais baixo do rio, quando as águas chegaram a 12,11 metros no dia 9 de outubro.
Medições Recentes da Defesa Civil
As medições realizadas pela Defesa Civil em diversas localidades do Amazonas nesta quinta-feira (31) revelam os seguintes dados:
- Tabatinga (Alto Solimões): O Rio Solimões está em -0,98 metros, com o recorde histórico registrado em 26 de setembro, quando atingiu -2,56 metros.
- Coari (Médio Amazonas): O Rio Amazonas apresenta 1,68 metros, enquanto o recorde histórico é de 1,10 metros, alcançado em 7 de outubro.
- Parintins (Baixo Amazonas): O nível do Rio Amazonas está em -2,56 metros, com o recorde anterior de -2,63 metros registrado em 13 de outubro.
- Humaitá: O Rio Madeira está em 8,70 metros, tendo registrado um nível mínimo de 8 metros no dia 16 deste mês.
Embora tenha havido uma leve subida no nível dos rios nas principais localidades do estado nos últimos dias, o Serviço Geológico Brasileiro (SGB) ressalta que isso não indica o fim da seca, sendo um resultado do repiquete.
Conforme afirmado pelo SGB, para que o ciclo de cheia seja iniciado, são necessárias chuvas consistentes e bem distribuídas nas regiões de cabeceira e no centro da bacia amazônica, com a expectativa de que isso ocorra nas próximas semanas.
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