Contexto da Escalada no Conflito
Rússia Ataca Ucrânia Antes de Troca de Prisioneiros: Na madrugada de 25 de maio de 2025, a Rússia realizou o maior ataque aéreo individual contra a Ucrânia desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. O bombardeio, que envolveu 367 drones e mísseis, atingiu alvos em diversas regiões ucranianas, incluindo Kiev, Odessa, Sumy, Kharkiv, Donetsk e Dnipro. Horas após o ataque, os dois países concluíram a terceira etapa da maior troca de prisioneiros do conflito, evidenciando a complexidade das relações entre hostilidades militares e esforços diplomáticos.
O ataque ocorre em um momento de intensificação das ações de ambos os lados, com a Ucrânia também lançando ataques de drones contra a Rússia, que resultaram no fechamento temporário de três aeroportos em Moscou, incluindo Domodedovo, Sheremetyevo e Zhukovsky.
Detalhes do Ataque Aéreo Russo
Escala do Bombardeio
Segundo o Ministério da Defesa da Ucrânia, o ataque russo envolveu 69 mísseis de diferentes tipos e 298 drones, incluindo modelos Shahed de fabricação iraniana. As defesas aéreas ucranianas conseguiram abater 61 mísseis e 260 drones, mas os projéteis que atingiram os alvos causaram danos significativos. Pelo menos 12 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, conforme relatório preliminar das autoridades locais.
Alvos e Impactos
O ataque atingiu infraestruturas críticas, como redes de energia e comunicações, além de áreas residenciais. Em Kiev, explosões foram relatadas em bairros centrais, enquanto em Odessa e Dnipro, instalações industriais foram danificadas. O governador de Kharkiv, Oleh Syniehubov, informou que a região sofreu cortes de energia generalizados, afetando milhares de civis.
Troca de Prisioneiros em Meio à Crise
Maior Troca da História do Conflito
Apesar da escalada militar, Rússia e Ucrânia concluíram a terceira etapa da maior troca de prisioneiros da guerra. Negociada em Istambul no início de maio de 2025, a troca envolveu a libertação de 1.000 prisioneiros por cada lado, dividida em três fases:
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Sexta-feira, 23 de maio: 390 prisioneiros, incluindo 270 soldados e 120 civis.
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Sábado, 24 de maio: 307 prisioneiros.
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Domingo, 25 de maio: 303 prisioneiros, finalizando o processo.
A troca foi mediada por autoridades turcas e acompanhada por observadores internacionais, marcando um raro momento de cooperação entre os dois países.
Contexto Diplomático
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, celebrou o retorno dos prisioneiros, mas criticou a Rússia pelo ataque aéreo, classificando-o como uma tentativa de “prolongar o sofrimento do povo ucraniano”. Em comunicado, Zelensky pediu sanções internacionais mais duras contra Moscou e reforçou a necessidade de apoio militar para a Ucrânia.
Reações e Consequências
Declarações Oficiais
O Kremlin justificou o ataque como uma resposta a “provocações ucranianas”, incluindo os ataques de drones contra Moscou. O Ministério da Defesa russo afirmou que os alvos eram exclusivamente “instalações militares e de infraestrutura estratégica”. No entanto, relatórios independentes, como os da ONU e da Anistia Internacional, apontam danos significativos a áreas civis.
Zelensky, em discurso televisionado, declarou: “A Rússia ataca nossa infraestrutura e nosso povo, mas não quebrará nossa resistência. Cada prisioneiro libertado é uma vitória para a Ucrânia.”
Impactos na População
Os ataques aéreos agravaram a crise humanitária na Ucrânia. Segundo a ONU, mais de 8 milhões de ucranianos já foram deslocados internamente, e os danos às redes de energia podem dificultar o acesso a aquecimento e eletricidade com a aproximação do inverno. Organizações humanitárias pedem corredores seguros para a entrega de ajuda.
Análise: Tensão e Diplomacia em Conflito
O ataque aéreo e a troca de prisioneiros refletem a dualidade do conflito: enquanto esforços diplomáticos permitem avanços humanitários, como a libertação de prisioneiros, a escalada militar indica que a paz permanece distante. Especialistas apontam que a intensificação dos ataques pode ser uma estratégia russa para pressionar a Ucrânia antes de novas rodadas de negociações.