Estiagem sem Precedentes
Seca no Amazonas: Nível do Rio Negro Abaixo de 13 Metros; A cidade de Manaus, localizada na confluência dos rios Negro e Solimões, enfrenta uma situação climática alarmante. Após registrar a pior seca em 121 anos, o Rio Negro, um dos principais afluentes do Amazonas, continua descendo e agora se encontra em níveis nunca antes vistos. O medidor no Porto de Manaus marcou um nível de 12,89 metros, a primeira vez que o rio caiu abaixo da marca de 13 metros desde o início das medições.
O Desafio da Estabilização do Rio Negro
A pesquisadora Jussara Cury, do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), explica que a estiagem já terminou na calha do Rio Solimões, mas a situação no Rio Negro permanece complicada. A estabilização do nível do rio depende da subida das águas em áreas distantes, como o Peru e a tríplice fronteira que abrange Tabatinga. No entanto, até o momento, essas áreas não experimentaram o aumento esperado das chuvas, e a bacia do Solimões, que represa grande parte da água que alimenta o Rio Negro, permanece em níveis historicamente baixos.
Impactos da Seca em Manaus
Os impactos da seca são visíveis em Manaus, especialmente na orla da cidade. Bairros como Centro, Educandos e São Raimundo estão agora distantes do Rio Negro, que se afastou consideravelmente. A famosa praia da Ponta Negra, na Zona Oeste, teve que ser interditada para banhistas devido ao perigo causado pela estiagem, que formou buracos na praia. Além disso, a Marina do Davi, um importante ponto de acesso fluvial na região, também foi afetada pela redução drástica do nível das águas.
Na Zona Leste de Manaus, os lagos Mauá e Aleixo secaram, deixando comunidades locais em isolamento. Mais de 50 famílias que dependiam desses lagos para subsistência e transporte agora enfrentam dificuldades. A seca também prejudicou a pesca e o turismo comunitário na região.
Essa severa estiagem afeta a maioria dos municípios do Amazonas, com 59 deles em situação de emergência, incluindo Manaus. Mais de 630 mil pessoas já foram afetadas pela crise da água, o que destaca a urgência de lidar com os efeitos dessa estiagem sem precedentes.
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