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sexta-feira, maio 30, 2025

Rei Charles reafirma soberania do Canadá em resposta a provocações de Trump

Visita do monarca acontece após declaração do presidente dos EUA sugerir transformar o país vizinho no 51º estado americano

Charles apoia soberania do Canadá: O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu tensões diplomáticas ao sugerir, em discurso recente, que o Canadá seria mais bem administrado como parte dos EUA, insinuando a possibilidade de anexação do país como o 51º estado norte-americano. A declaração, feita durante um comício em Michigan, gerou reações imediatas de repúdio por parte de autoridades canadenses e de setores da comunidade internacional.

Em meio à repercussão negativa, o rei Charles III realizou uma visita oficial ao Canadá no último sábado (25/05). A viagem, marcada pela solenidade da abertura do Parlamento canadense, foi interpretada como uma mensagem diplomática direta de apoio à soberania canadense.

Discurso do Trono reforça posição do Canadá

Durante a cerimônia no Parlamento, Charles III leu o tradicional Discurso do Trono, preparado pelo gabinete do primeiro-ministro Mark Carney. No texto, o governo canadense reforçou o compromisso com a democracia, a independência política e os valores nacionais diante de ameaças externas.

“O Canadá é uma nação independente, livre e soberana. Não estamos à venda.” — declarou o premiê Carney após o discurso do rei.

Esta foi a primeira vez, desde 1977, que um monarca britânico presidiu a abertura do Parlamento canadense — fato que deu ainda mais peso simbólico à visita.

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Repercussão nas redes e tensões diplomáticas

A fala de Trump reverberou fortemente nas redes sociais. Hashtags como #CanadaIsNotForSale e #StandWithCanada se espalharam entre usuários canadenses e britânicos, que criticaram a postura do presidente americano e elogiaram a presença do rei no país.

Especialistas políticos veem nas falas de Trump um aceno à sua base mais nacionalista, agora em seu segundo mandato. Ao mesmo tempo, apontam a visita do rei Charles como uma ação calculada de contenção diplomática.

“Trump joga para seu público interno, mas o gesto de Charles reafirma que o Canadá tem aliados históricos e instituições sólidas,” afirmou à BBC o professor e analista Philip Cross, da Universidade de Toronto.

Opinião pública rejeita integração com os EUA

De acordo com uma pesquisa do instituto Angus Reid, 82% dos canadenses são contrários à ideia de fusão política com os Estados Unidos. O mesmo estudo aponta que 61% da população aprovou a visita do rei Charles III, destacando a importância simbólica da monarquia em momentos de instabilidade.

Apesar do apoio popular, a visita também reacendeu o debate sobre o papel da monarquia no sistema político canadense, principalmente entre os mais jovens. Ainda assim, qualquer mudança institucional exigiria aprovação unânime das províncias e do Parlamento federal — um processo considerado altamente complexo.

Bastidores da visita e impactos futuros

Fontes do governo canadense informaram à Reuters que a visita do monarca foi articulada em menos de duas semanas. O objetivo, segundo essas fontes, era “reforçar a confiança internacional na autonomia canadense”.

Durante a visita, Charles também participou de atividades culturais e ambientais, como o plantio simbólico de uma árvore no Rideau Hall e encontros com lideranças indígenas.

A visita do rei, somada à resposta firme do governo de Mark Carney, consolidou uma narrativa internacional de resistência e reafirmação de soberania, enfraquecendo simbolicamente as declarações controversas do presidente Trump.

Veja Também: Canadá Contra-Ataca: Tarifas de 25% Sacodem os EUA Após Ameaças de Trump

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