Presidente russo afirma que Ucrânia não foi deixada de fora dos diálogos, mas ausência de representantes ucranianos gera críticas
Putin nega exclusão da Ucrânia em negociações de paz: O presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou nesta semana que a Ucrânia tenha sido excluída das negociações de paz entre Moscou e os Estados Unidos. A declaração ocorreu após críticas do governo ucraniano e de aliados europeus sobre a falta de representantes de Kiev nas reuniões realizadas na Arábia Saudita.
Putin afirmou que “ninguém excluiu a Ucrânia desse processo”, mas reforçou que a paz só será possível se houver um acordo direto entre Washington e Moscou. A postura do Kremlin gerou reações imediatas do governo ucraniano, que classificou a situação como “inaceitável” e um sinal de negociações à revelia de Kiev.
Enquanto isso, o ex-presidente dos Estados Unidos e pré-candidato republicano Donald Trump fez declarações polêmicas, sugerindo que a Ucrânia seria a responsável pelo conflito, o que aumentou as tensões no cenário diplomático.
O que está por trás das negociações de paz sem a Ucrânia?
As negociações envolvendo Rússia e EUA foram realizadas em Riad, capital da Arábia Saudita, e tiveram como foco um possível acordo de cessar-fogo na guerra da Ucrânia. No entanto, a ausência de representantes ucranianos no encontro gerou indignação, especialmente por parte do presidente Volodymyr Zelensky.
Zelensky classificou as tratativas como “uma afronta à soberania da Ucrânia”, reforçando que “não há paz sem que a Ucrânia esteja na mesa de negociações”.
Putin, por sua vez, minimizou as críticas e alegou que o governo ucraniano está em “histeria desnecessária”. O líder russo também destacou que qualquer solução para o conflito deve passar pela reconstrução da confiança entre Moscou e Washington, um dos pontos centrais das reuniões em Riad.
Trump sugere que a Ucrânia é culpada pelo conflito
A presença de representantes próximos a Donald Trump nas negociações ampliou a polêmica. O ex-presidente norte-americano sugeriu, em recente entrevista, que a Ucrânia teria provocado a guerra, além de criticar abertamente Volodymyr Zelensky.
Trump, que atualmente disputa as eleições presidenciais de 2024 nos EUA, declarou que “Zelensky age como um ditador” e questionou a ausência de eleições na Ucrânia durante a guerra.
As falas foram vistas como um sinal de distanciamento do governo ucraniano caso Trump vença as eleições, o que pode alterar o rumo da guerra e impactar diretamente o envio de ajuda militar dos EUA para Kiev.
Ucrânia pode ser excluída das futuras negociações?
A maior preocupação de Zelensky e seus aliados europeus é que a Ucrânia seja gradualmente afastada das negociações e que um possível acordo seja firmado sem a participação ativa de Kiev.
Líderes da União Europeia demonstraram apoio ao presidente ucraniano e reforçaram que não aceitarão um acordo de paz que não envolva diretamente a Ucrânia. O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, declarou que “qualquer tratado que ignore Kiev será inválido”.
Enquanto isso, analistas avaliam que Putin tenta impor um acordo favorável à Rússia, aproveitando a possibilidade de um enfraquecimento do apoio ocidental à Ucrânia com uma eventual vitória de Trump.
O que esperar dos próximos passos?
O cenário diplomático segue incerto e altamente volátil. A tendência é que as negociações continuem avançando, mas com pressões para que a Ucrânia seja integrada ao processo de paz.
Entre os próximos passos, destacam-se:
- Possível nova rodada de negociações com a participação da União Europeia;
- Declarações mais contundentes do governo ucraniano contra as tratativas entre EUA e Rússia;
- Impacto das eleições americanas sobre o apoio dos EUA à Ucrânia;
- Resposta da Casa Branca sobre as declarações de Trump e o futuro da ajuda militar a Kiev.
Por enquanto, a crise segue sem solução, e o destino da Ucrânia nas negociações permanece uma incógnita.
Veja Também: Estados Unidos e Rússia Negociam Fim da Guerra na Ucrânia, mas sem a Presença do Governo Ucraniano