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segunda-feira, maio 12, 2025

Protesto na Favela do Moinho paralisa trens da CPTM e escancara crise habitacional no centro de SP

Moradores bloqueiam trilhos e ateiam fogo após novas remoções; circulação de quatro linhas foi afetada

Favela do Moinho: protesto paralisa linhas da CPTM: Na tarde desta segunda-feira (12), moradores da Favela do Moinho, localizada na região central de São Paulo, realizaram um protesto que paralisou temporariamente quatro linhas ferroviárias da CPTM. A ação foi uma resposta às recentes remoções de famílias promovidas pelo governo do estado. Revoltados, os manifestantes ocuparam os trilhos e atearam fogo em entulhos, interrompendo o tráfego de trens por mais de uma hora.

O ato impactou diretamente as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa e 13-Jade da CPTM, além da Linha 8-Diamante, administrada pela ViaMobilidade. A circulação só foi normalizada por volta das 17h30, após intervenção da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.

Linhas interrompidas e caos no transporte

Por volta das 16h10, os moradores interditaram a via férrea entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Luz, um dos trechos mais movimentados da capital. Imagens registradas por passageiros mostraram fogo nos trilhos e fumaça cobrindo parte da linha férrea.

“Eles nos tiram das casas, e depois querem que a gente fique quieto?”, gritou uma moradora em vídeo que circula nas redes sociais com a hashtag #ResisteMoinho.

A CPTM informou que, durante o bloqueio, os usuários foram orientados a utilizar as linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô como alternativa.

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Favela do Moinho: protesto paralisa linhas da CPTM
Favela do Moinho: protesto paralisa linhas da CPTM.- Foto Divulgação

Moradores contestam projeto de remoção

A manifestação foi motivada pela continuidade do plano de remoção das famílias da Favela do Moinho. Segundo a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), cerca de 88% das famílias já aceitaram a proposta de reassentamento, mas parte da comunidade se recusa a deixar o local.

O projeto prevê a demolição total da favela para dar lugar a um parque público e à futura Estação Bom Retiro, parte do plano de revitalização da região central.

“Não somos contra melhoria urbana, mas queremos participar. Não aceitamos ser tratados como lixo”, afirmou um dos líderes do protesto ao Terra.

Moradores e ativistas denunciam que as opções oferecidas são em bairros distantes, quebrando vínculos sociais e dificultando o acesso a trabalho e transporte.

Tensão cresce e repercute nas redes

O protesto teve ampla repercussão nas redes sociais. Internautas se dividiram entre o apoio à luta por moradia digna e as críticas à paralisação do transporte público. Termos como #FavelaDoMoinho, #MoradiaÉDireito e #CPTM ficaram entre os mais comentados no X (antigo Twitter) durante a noite.

Enquanto isso, entidades como o Instituto Pólis e o Movimento Nacional de Luta por Moradia divulgaram notas de apoio aos moradores.

Veja Também: Milhares vão às ruas contra Trump: protestos explodem nos EUA em reação às novas políticas

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