Categoria cobra reajuste salarial, melhores condições de trabalho e reabertura de salas fechadas
Greve de professores em SP: São Paulo – Professores da rede estadual de ensino de São Paulo cruzaram os braços nesta sexta-feira (25) após decisão tomada em assembleia promovida pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). A mobilização, que começou com paralisação de 24 horas, pode se tornar uma greve por tempo indeterminado, caso não haja avanço nas negociações com o governo estadual.
A categoria reivindica a reposição de perdas inflacionárias, o cumprimento de decisões judiciais sobre reajustes e medidas urgentes para a melhoria das condições nas escolas estaduais.
Reivindicações incluem reajuste e estrutura mínima nas salas de aula
Entre as principais demandas dos professores está o reajuste de 6,27% no salário base, em conformidade com a atualização do Piso Salarial Profissional Nacional. A categoria também cobra o descongelamento do reajuste de 10,15%, que está previsto desde 2017 por decisão do Supremo Tribunal Federal, mas ainda não foi implementado pelo governo estadual.
Outros pontos destacados pela Apeoesp incluem:
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Climatização de salas de aula, principalmente diante de episódios recentes de calor extremo;
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Reabertura de turmas encerradas, sobretudo no período noturno;
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Fim da terceirização na contratação de profissionais da educação especial;
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Valorização dos profissionais com concursos públicos e fim da sobrecarga nas jornadas.
Governo anuncia bônus no mesmo dia da paralisação
O governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Educação, anunciou o pagamento de R$ 544 milhões em bônus para servidores da área que atingiram critérios de desempenho em 2024. O depósito foi feito nesta sexta-feira (25), mesma data marcada para o início da greve.
Em nota oficial, o secretário de Educação, Renato Feder, afirmou que a coincidência de datas é meramente operacional e que os bônus estavam programados com antecedência. No entanto, o anúncio foi recebido com críticas por parte dos professores.
“O bônus não substitui a valorização permanente. Estamos há anos com o salário defasado e sem condições dignas nas escolas”, afirmou a deputada estadual Professora Bebel (PT), que também preside a Apeoesp.
Mobilização repercute nas redes sociais
A paralisação ganhou destaque nas redes sociais ao longo da manhã. No X (antigo Twitter), expressões como “greve dos professores”, “educação sucateada” e “governo Tarcísio” estiveram entre os assuntos mais comentados.
Enquanto usuários manifestavam apoio à luta da categoria, outros criticavam o impacto da greve nas aulas, especialmente no período de recuperação de aprendizagem pós-pandemia.
Próximos passos
Ainda nesta sexta-feira, a Apeoesp realiza nova assembleia para definir os rumos do movimento. Caso não haja uma sinalização de diálogo por parte do governo, a greve deve continuar na próxima semana.
A entidade já encaminhou ofícios ao governador Tarcísio de Freitas e à Secretaria de Educação solicitando reunião urgente. Até o momento, não houve retorno oficial.
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