Debate sobre Violência Sexual no Esporte
Violência Sexual no Esporte: Debate e Análise; A prisão de Robinho em Santos (SP), na última quinta-feira (21), pelo crime de estupro coletivo contra uma albanesa em 2013, em Milão, na Itália, traz à tona novamente os casos de violência sexual contra mulheres envolvendo atores do mundo do esporte. Daniel Alves, condenado por estupro na Espanha, e o treinador Alexi Stival, o Cuca, que teve o caso de estupro anulado pela Justiça Suíça, estão constantemente nos noticiários e são temas de debate.
O G1 entrevistou advogadas que defendem mulheres vítimas de violência sexual para entender por que profissionais que atuam no meio esportivo têm se envolvido em escândalos dessa natureza: estupro, assédio e importunação sexual.
Normalização da Cultura do Estupro
Segundo as advogadas Laura Cardoso, Carol Valentino e Ana Carolina Candido Alves, o poder e a crença na impunidade são fatores-chave que motivam esses casos. A prisão de Robinho foi vista como uma vitória para todas as mulheres, destacando a importância do judiciário em casos desse tipo.
Laura Cardoso ressaltou que parte da sociedade tem uma ideia específica do que constitui violência sexual, o que acaba por normalizar outros comportamentos criminosos. A rápida ascensão social dos jogadores de futebol pode afetar psicologicamente, levando a comportamentos inadequados.
Carol Valentino acrescentou que a ostentação e a cultura de impunidade podem contribuir para esses casos, citando festas repletas de bens caros e mulheres como exemplo.
Justiça e Consequências
Carol citou um áudio de Robinho para reforçar o posicionamento sobre a postura desses atletas. O ex-jogador, em uma ligação grampeada, minimizou suas ações, mostrando uma visão deturpada do que constitui estupro.
Robinho não é o primeiro esportista a se envolver em crimes sexuais, dentro e fora do Brasil. Daniel Alves e Cuca também têm seus casos conhecidos pela opinião pública.
Visibilidade e Consequências Sociais
Para Ana Carolina Candido Alves, a pressão da mídia e a coragem das vítimas em denunciar contribuem para a visibilidade desses casos. No entanto, ela destaca que as vítimas enfrentam uma revitimização cruel, destacando a importância do apoio familiar e jurídico.
Denúncias contra jogadores estrangeiros também demonstram que os brasileiros não são os únicos a cometer violência contra mulheres. Esses escândalos, embora mais visíveis hoje, sempre existiram, mas a pressão da mídia tem contribuído para a conscientização e para a busca por justiça.
É essencial que casos de violência sexual sejam tratados com seriedade e que as vítimas recebam o apoio necessário para superar essa experiência traumática, tanto em nível pessoal quanto jurídico. O debate sobre o papel do esporte na perpetuação da cultura do estupro é fundamental para promover mudanças significativas na sociedade.
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