Contestação das eleições e isolamento internacional
As eleições presidenciais realizadas em julho de 2024 foram amplamente contestadas. A oposição e parte da comunidade internacional pediram a divulgação das atas eleitorais, mas o governo venezuelano não atendeu às solicitações. A oposição acusa Maduro de violar a Constituição ao consolidar o que chamam de “golpe de Estado”.
Edmundo González, principal adversário de Maduro nas eleições, declarou-se presidente legítimo em um pronunciamento nas redes sociais. “Ordeno ao comando militar que desobedeça ordens ilegais e prepare condições de segurança para que eu possa assumir o cargo confiado pela soberania popular”, disse González em um vídeo publicado no X (antigo Twitter).
Reações internacionais e fechamento de fronteiras
Diversos países condenaram a continuidade de Maduro no poder. Estados Unidos, Canadá e União Europeia anunciaram novas sanções contra autoridades venezuelanas. O governo Biden elevou a recompensa por informações que levem à captura de Nicolás Maduro de US$ 15 milhões para US$ 25 milhões.
Antes da posse, o governo venezuelano ordenou o fechamento das fronteiras com a Colômbia e o Brasil. Freddy Bernal, governador do estado de Táchira, justificou a medida como necessária para proteger a soberania nacional diante de uma suposta conspiração internacional. No Brasil, militares venezuelanos interromperam o acesso na BR-174, que conecta Roraima à Venezuela.
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro emitiu uma nota confirmando o fechamento e orientando os cidadãos a procurarem o consulado em Caracas para assistência.
Brasil busca papel de mediador
O governo brasileiro, sob a liderança de Lula, tenta se posicionar como mediador no conflito venezuelano. Para a posse de Maduro, o Brasil enviou apenas a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, sinalizando uma posição diplomática mais cautelosa.
O vice-presidente Geraldo Alckmin classificou o terceiro mandato de Maduro como “lamentável” e destacou a necessidade de restaurar a democracia no país vizinho.
Impactos do chavismo no poder
O início do novo mandato de Maduro marca mais um capítulo de um regime que se estende desde 1999, com o início do governo de Hugo Chávez. A continuidade do chavismo reforça a polarização na Venezuela, enquanto o país enfrenta uma grave crise econômica e humanitária.
Veja Também: Estados Unidos aumenta recompensas por informações sobre Nicolás Maduro e Diosdado Cabello