Justiça autorizou uso provisório; veículo pertencia a condenado por tráfico internacional de drogas
Porsche de luxo no combate ao crime: A Polícia Federal em Santa Catarina surpreendeu o país ao incorporar um Porsche 911 Turbo, avaliado em mais de R$ 1,5 milhão, à sua frota. Mas, diferente das viaturas comuns, o modelo esportivo não será utilizado em operações policiais. Segundo a corporação, o carro será destinado a ações educativas e de conscientização da população sobre os efeitos do crime organizado e a importância da descapitalização de bens obtidos ilegalmente.
O veículo está em exposição desde o dia 28 de março no Floripa Shopping, na capital Florianópolis, como parte das comemorações pelos 81 anos da Polícia Federal.
De símbolo do luxo ao símbolo da lei
O carro de alto desempenho foi apreendido durante a Operação Toppare, deflagrada em junho de 2024 em Balneário Camboriú (SC). A operação teve como foco desarticular um esquema de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e associação criminosa, com ramificações na Europa e no Brasil.
A Justiça Federal autorizou que o Porsche fosse provisoriamente utilizado pela PF, que o caracterizou como viatura oficial. O objetivo não é fazer perseguições em alta velocidade, mas sim mostrar à sociedade os frutos do trabalho de investigação e combate ao crime organizado.
O verdadeiro dono: um mafioso italiano
O Porsche 911 Turbo pertencia a Marco Cadeddu, italiano de 43 anos, que vivia no Brasil sob falsa identidade, se apresentando como empresário. Ele foi preso durante a Operação Toppare, com apoio da Interpol, e atualmente está à disposição da Justiça brasileira.
Na Itália, Cadeddu foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão, acusado de liderar uma quadrilha especializada em transportar cocaína, haxixe e maconha do Marrocos para países da Europa. Em território brasileiro, levava uma vida de luxo financiada com os recursos provenientes do narcotráfico.
Além do Porsche, foram bloqueados ou apreendidos mais de R$ 35 milhões em bens, incluindo imóveis, carros de luxo, embarcações e dinheiro em contas bancárias, como parte da descapitalização do grupo criminoso.
Viatura será usada em exposições e ações educativas
De acordo com a Polícia Federal, o veículo não será utilizado em operações de rua, mas sim em eventos institucionais, exposições públicas e campanhas de conscientização, reforçando o trabalho da PF no combate ao tráfico e lavagem de dinheiro.
A exposição do carro também busca chamar a atenção para o processo de recuperação de ativos do crime organizado, previsto na legislação brasileira. Com a autorização da Justiça, a PF poderá usar o veículo enquanto ele estiver sob custódia judicial, antes de um possível leilão.
Repercussão e mensagens das autoridades
A iniciativa gerou grande repercussão nas redes sociais e na mídia. Para o delegado-chefe da PF em SC, o uso do carro é uma forma criativa de mostrar à sociedade que o crime não compensa.
“A viatura é uma ferramenta simbólica. Serve para reforçar nossa mensagem e aproximar a população do trabalho da Polícia Federal”, afirmou o delegado regional da corporação.
Um novo capítulo na luta contra o crime organizado
Com a apreensão de bens de alto valor como esse Porsche, a Polícia Federal demonstra que o enfrentamento ao crime vai além das prisões. A descapitalização é uma das armas mais eficazes no combate às organizações criminosas, desestruturando suas operações financeiras e logísticas.
A estratégia, respaldada pela Justiça, também visa transformar os símbolos do luxo ilícito em ferramentas de conscientização, mostrando que o Estado pode — e deve — dar um novo destino ao que antes representava ostentação criminosa.
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