Contraventor, réu pela morte de Fernando Iggnácio, será transferido para presídio de segurança máxima após decisão do MPRJ
Justiça transfere Rogério Andrade: A Justiça do Rio de Janeiro determinou a transferência do contraventor Rogério Andrade para um presídio federal de segurança máxima após sua prisão, ocorrida nesta terça-feira, em operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Réu pelo assassinato de Fernando Iggnácio, seu rival no comando do jogo do bicho, Andrade será custodiado inicialmente no presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, antes de ser transferido para o Complexo de Gericinó, na Zona Oeste, onde aguardará a transferência para o presídio federal.
Decisão Judicial: Prevenindo Interferências
A ordem judicial foi emitida pela 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri, que também determinou a prisão de Gilmar Eneas Lisboa, suspeito de monitorar Iggnácio antes do homicídio. O juiz justificou a necessidade de transferir Andrade para um presídio de segurança máxima sob Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) para evitar interferências nas investigações e proteção de provas. Segundo o documento, “a transferência com RDD se mostra necessária para impedir eventual interferência do denunciado”.
Operação Último Ato e Denúncia de Homicídio
A prisão de Andrade integra a Operação Último Ato, deflagrada pelo MPRJ. As investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) indicam que Andrade planejou o assassinato de Iggnácio, ocorrido em novembro de 2020. Iggnácio, genro do lendário contraventor Castor de Andrade, foi emboscado e morto no Recreio dos Bandeirantes com disparos de fuzis calibre 556 logo após desembarcar de um helicóptero.
Histórico de Rivalidade Familiar e Conflito Violento
Rogério Andrade, sobrinho de Castor de Andrade, teve uma longa disputa com Fernando Iggnácio, que herdou o império de Castor após a morte do sogro em 1997. No fim dos anos 1990, a rivalidade entre Rogério e Iggnácio intensificou-se quando Rogério expandiu seus negócios de caça-níqueis, invadindo áreas controladas por Iggnácio. Esse confronto resultou em uma guerra familiar violenta, com várias mortes associadas à disputa pelo controle do jogo do bicho no Rio de Janeiro.
Operação Calígula e Expansão do Domínio Criminoso
Em maio de 2022, Rogério Andrade e seu filho Gustavo foram alvos da Operação Calígula, que acusou o grupo de expandir suas atividades criminosas em um esquema que incluía corrupção, extorsão, ameaça e homicídio. Os dois figuraram na lista de procurados da Interpol após ficarem foragidos, e Gustavo é apontado como segundo na hierarquia do grupo, atuando como braço-direito do pai na gestão da organização criminosa.
Declaração da Defesa
O advogado Raphael Mattos, representante de Rogério Andrade, informou que a defesa ainda não acessou o processo e, portanto, preferiu não comentar o caso no momento.
Disputa de Poder no Jogo do Bicho Carioca
A transferência de Rogério Andrade marca um novo capítulo na luta da Justiça contra as atividades criminosas ligadas ao jogo do bicho no Rio. Ações como a Operação Último Ato e a Operação Calígula destacam a tentativa das autoridades de enfraquecer organizações ilícitas que utilizam violência e corrupção para consolidar suas atividades, representando uma ameaça significativa à ordem pública e à segurança na região.
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