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sexta-feira, junho 13, 2025

PF investiga fraudes em contratos de R$ 880 milhões em Pernambuco e aponta ex-deputado como peça-chave do esquema.

Esquema suspeito em Pernambuco envolve empresas ligadas a ex-parlamentar e recursos federais

PF investiga ex-deputado por contratos de R$ 880 mi: A Polícia Federal deflagrou, na quinta-feira (6), a Operação Firenze, que apura indícios de fraudes em licitações e contratos administrativos com recursos públicos federais, estaduais e municipais em Pernambuco. As investigações apontam que R$ 880 milhões foram movimentados por empresas supostamente de fachada, sendo R$ 214 milhões oriundos de verbas federais.

O principal foco da investigação é o ex-deputado estadual Eduardo Porto, que também é delegado aposentado da Polícia Civil. Ele é irmão do atual presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto, e tem histórico de atuação política no estado.

Como o suposto esquema funcionava

Empresas laranja e contratos milionários

Segundo a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU), empresas ligadas direta ou indiretamente ao ex-parlamentar teriam firmado dezenas de contratos com municípios para serviços terceirizados, principalmente de mão de obra. A cidade de Timbaúba, na Zona da Mata Norte do estado, é um dos principais alvos: ali, os contratos somam R$ 39 milhões, com R$ 10 milhões oriundos de transferências federais.

Há indícios de fraude em licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com movimentações financeiras incompatíveis com a estrutura formal das empresas envolvidas.

Mandados de busca e apreensão

A operação cumpriu 19 mandados de busca e apreensão, com atuação de 95 policiais federais e 6 auditores da CGU, em cidades como Recife, Jaboatão dos Guararapes, Timbaúba e São Paulo. A Justiça também determinou quebra de sigilo fiscal e bancário dos investigados e o bloqueio de bens.

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Ligação com familiares influentes

Eduardo Porto é irmão de Álvaro Porto (PL), atual presidente da Alepe, e tio de Eduardo Lyra Porto, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE). A relação familiar levantou críticas nas redes sociais, onde internautas discutem possível blindagem política e cobram transparência no Judiciário e no Legislativo.

Apesar da pressão pública, Álvaro Porto não se manifestou oficialmente sobre o envolvimento do irmão até o momento.

O que diz a defesa

A assessoria jurídica de Eduardo Porto afirmou, em nota, que o ex-deputado não possui vínculo societário com nenhuma das empresas investigadas e que não recebeu qualquer valor relacionado aos contratos sob suspeita. A defesa também criticou a exposição pública do nome do investigado sem que haja denúncia formal:

“A operação se baseia em ilações e coincidências de sobrenome. Não há vínculo financeiro, societário ou administrativo entre ele e as empresas citadas.”

Itens apreendidos e prisões pontuais

Durante a ação, a PF encontrou um revólver calibre .357 com seis munições na casa do genro do ex-deputado, em um condomínio de luxo em Recife. O proprietário da arma, identificado como marido da enteada de Porto, foi preso em flagrante por posse ilegal.

Apesar disso, nenhuma prisão preventiva foi decretada contra o ex-deputado ou demais investigados ligados diretamente aos contratos, mas há restrições judiciais para novos contratos e movimentações financeiras.

Impacto político e repercussão nas redes

A operação teve ampla repercussão em Pernambuco, especialmente por atingir uma figura da antiga política local com ligações familiares no poder atual. Nas redes, usuários questionam:

  • “Quantos contratos parecidos ainda estão ativos?”

  • “Teremos investigação real ou apenas espetáculo?”

Especialistas ouvidos por veículos como g1 e JC Online avaliam que o caso pode gerar desdobramentos institucionais se for comprovada participação ativa de servidores ou agentes políticos atuais.

O que vem a seguir

A PF informou que as investigações seguem em andamento e novas fases não estão descartadas. O objetivo é identificar todos os beneficiários finais dos contratos, verificar uso de laranjas e consolidar elementos que sustentem eventual denúncia por corrupção, fraude e lavagem.

A CGU também deverá apresentar relatório detalhado nas próximas semanas, com cruzamento de notas fiscais, extratos bancários e registros societários.

Considerações finais

A Operação Firenze representa uma das maiores investigações de desvio de verbas públicas em Pernambuco nos últimos anos. Com mais de R$ 880 milhões em contratos sob suspeita, o caso envolve figuras públicas, parentes influentes e estruturas empresariais complexas. A evolução das investigações poderá ter desdobramentos significativos tanto no campo judicial quanto no cenário político estadual.

Veja Também: CGU e PF investigam uso de robôs para aplicar descontos indevidos no INSS. Golpe afetou mais de 9 milhões de aposentados desde 2019.

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