Esquema bilionário de descontos indevidos é alvo de operação federal
Fraude no INSS leva à exoneração do presidente: A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram nesta quarta-feira (23) a Operação “Sem Desconto”, que investiga um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O esquema teria causado um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos, por meio de descontos indevidos em aposentadorias e pensões entre 2019 e 2024.
Segundo as investigações, entidades sindicais cobravam mensalidades associativas sem autorização dos beneficiários, afetando diretamente aposentados e pensionistas. A operação cumpre 211 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão temporária e ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão, em 14 unidades da federação, incluindo o Distrito Federal.
Presidente do INSS é exonerado após ser alvo da operação
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi exonerado do cargo por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após ser alvo de buscas em seu gabinete e residência. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União no final da tarde desta quarta-feira.
Stefanutto, que assumiu a presidência do INSS em julho de 2023, também foi afastado por decisão judicial. Além dele, outros cinco servidores do órgão foram afastados de suas funções.
Repercussão e medidas do governo
A revelação do esquema causou indignação no Palácio do Planalto. O presidente Lula foi informado da operação pela manhã e, segundo fontes, demonstrou irritação com a situação. A demissão de Stefanutto foi vista como uma resposta imediata à gravidade das acusações.
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, responsável pela indicação de Stefanutto, afirmou que a escolha do ex-presidente do INSS foi de sua inteira responsabilidade e que aguardará o desenrolar das investigações, que correm em segredo de Justiça.
Impacto nos beneficiários e próximos passos
O esquema de fraudes afetou diretamente aposentados e pensionistas, que tiveram descontos indevidos aplicados em seus benefícios. A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou a criação de um grupo para buscar a reparação dos danos causados aos beneficiários e aos cofres públicos.
A PF e a CGU continuam as investigações para identificar todos os envolvidos no esquema e recuperar os valores desviados. A operação é considerada uma das maiores já realizadas no combate a fraudes no sistema previdenciário brasileiro.
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