Justiça encerra caso do assassinato do ator Rafael Miguel e seus pais, motivado por intolerância ao namoro da filha
Condenado por matar Rafael Miguel: Após dois dias de julgamento no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, o empresário Paulo Cupertino Matias, de 54 anos, foi condenado a 98 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do ator Rafael Miguel e de seus pais, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel. O crime, ocorrido em 9 de junho de 2019, chocou o país pela brutalidade e motivação: Cupertino não aceitava o relacionamento de sua filha, Isabela Tibcherani, então com 18 anos, com o jovem ator.
O crime que abalou o país
Rafael Miguel, conhecido por seu papel como Paçoca na novela “Chiquititas”, do SBT, tinha 22 anos quando foi assassinado. Naquele dia, ele e seus pais foram até a casa de Isabela para conversar com Cupertino sobre o namoro. Ao chegarem, foram recebidos pela jovem e sua mãe. Momentos depois, Cupertino apareceu armado e efetuou 13 disparos: sete atingiram Rafael, três seu pai e dois sua mãe. Todos morreram no local.
Fuga e captura
Após o crime, Cupertino fugiu e permaneceu foragido por quase três anos. Durante esse período, utilizou identidades falsas e passou por diversos estados brasileiros e até pelo Paraguai. Foi capturado em 16 de maio de 2022, em um hotel na zona sul de São Paulo, portando objetos de disfarce como chapéus, tintura de cabelo e lentes de contato.
Julgamento e condenação
O julgamento contou com sete jurados — quatro homens e três mulheres — que, por unanimidade, consideraram Cupertino culpado por triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por dificultar a defesa das vítimas. O juiz Antonio Carlos Pontes de Souza fixou a pena em 98 anos de reclusão. Outros dois réus, acusados de ajudar na fuga do empresário, foram absolvidos.
Reações e desdobramentos
Familiares das vítimas aplaudiram a sentença, considerando-a um passo importante para a justiça. Isabela Tibcherani, filha de Cupertino e namorada de Rafael na época do crime, expressou alívio, mas também destacou as sequelas psicológicas que carrega desde o ocorrido. Ela relatou episódios de agressões por parte do pai e afirmou que toma medicação até hoje para lidar com o trauma.