A Revolução do DeepSeek
DeepSeek ameaça liderança EUA: O lançamento da nova versão do chatbot chinês DeepSeek abalou o setor de tecnologia ao superar o ChatGPT em downloads nos Estados Unidos. A novidade, que chegou ao mercado no dia 20 de janeiro, coincidiu com a posse de Donald Trump. Em apenas uma semana, gigantes do setor perderam US$ 1 trilhão em valor de mercado.
A semelhança com o “momento Sputnik”, quando a União Soviética surpreendeu os EUA com o primeiro satélite artificial em 1957, levou especialistas a traçarem paralelos com o atual cenário tecnológico.
Baixo Custo e Grande Impacto
Com um investimento de apenas US$ 6 milhões, os engenheiros da DeepSeek desafiaram os altos custos tradicionais do setor. Enquanto empresas como Meta e OpenAI utilizam cerca de 16 mil chips para treinar suas IAs, a startup chinesa precisou de apenas 2 mil, conforme relatado pelo The New York Times.
Essa eficiência levantou questionamentos sobre a sustentabilidade dos elevados gastos das big techs americanas.
Resposta do Mercado
A reação das empresas americanas foi imediata. A Meta anunciou um investimento de US$ 65 bilhões para IA em 2025, um aumento significativo em relação ao ano anterior. Marc Andreessen, investidor do Vale do Silício e conselheiro de Trump, classificou a chegada do DeepSeek como “um dos avanços mais impressionantes que já vi”.
O presidente Trump também se posicionou, anunciando um projeto bilionário de infraestrutura para IA no Texas, intitulado Stargate.
Desafios e Geopolítica
Embora o DeepSeek apresente avanços, ainda enfrenta limitações, como a incapacidade de processar informações visuais, conforme destacou Carlos Souza, do ITS-RIO.
O professor Álvaro Machado Dias, da Unifesp, acredita que a disputa atual não seguirá os moldes da Guerra Fria, pois os chineses preferem a cooperação tecnológica.
“Os chineses não querem Guerra Fria nenhuma. Pelo contrário: querem os EUA como parceiros estratégicos”, afirmou.
Reflexões Finais
O impacto do DeepSeek sinaliza uma mudança de paradigma na corrida tecnológica global. Com investimentos mais acessíveis, a inteligência artificial pode se tornar mais competitiva e descentralizada.
Se empresas da Europa e América Latina alcançarem resultados semelhantes, o domínio americano pode ser desafiado, marcando um novo capítulo no cenário tecnológico mundial.