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sexta-feira, janeiro 31, 2025

Ordens executivas de Trump já acumulam mais de 100 medidas, muitas delas sob risco de judicialização por conflitos constitucionais.

Presidente Trump assina mais de 100 ordens executivas em seu novo mandato

Trump e risco de judicialização: Logo nos primeiros dias de seu novo mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou mais de 100 ordens executivas e medidas administrativas, dando início a mudanças significativas em políticas internas e externas do país. Contudo, especialistas alertam que muitas dessas ações podem ser alvo de questionamento judicial, especialmente aquelas que contrariam cláusulas fundamentais da Constituição norte-americana.

Medidas polêmicas e possíveis conflitos legais

Entre as medidas anunciadas por Trump, destaca-se o decreto que cancela o direito à cidadania para filhos de imigrantes ilegais nascidos nos Estados Unidos. Essa medida enfrenta oposição direta da 14ª Emenda da Constituição, que garante a nacionalidade a todos os nascidos em território americano.

O advogado e professor de direito internacional da USP, Solano de Camargo, analisou os possíveis impactos jurídicos dessas ações:
“Essas medidas têm um apelo político claro, mas desafiam direitos fundamentais estabelecidos pela Constituição e tratados internacionais. O risco de judicialização é altíssimo, com grandes chances de muitas delas serem barradas na Justiça”, afirmou.

Outras medidas incluem a suspensão de programas de diversidade e inclusão, a definição de sexo como uma característica biológica imutável e mudanças nas políticas ambientais para favorecer a exploração doméstica de recursos naturais.

Medidas classificadas por risco de judicialização

Os especialistas avaliam que as ordens executivas de Trump apresentam diferentes níveis de vulnerabilidade jurídica. Confira as principais classificações:

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Risco altíssimo

  • Cancelamento do direito à cidadania por nascimento: enfrenta oposição constitucional direta pela 14ª Emenda.
  • Suspensão da entrada de refugiados por 90 dias: pode violar tratados internacionais, como a Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados.
  • Alterações em políticas de gênero e diversidade: contrariam decisões da Suprema Corte e leis de proteção aos direitos civis.

Risco alto

  • Declaração de emergência nacional na fronteira com o México: exige comprovação de uma emergência concreta.
  • Deportação de imigrantes ilegais e conclusão do muro na fronteira: depende da aprovação de fundos pelo Congresso.

Risco médio

  • Fortalecimento do papel militar na fronteira com o México: pode ser visto como abuso de poder ao violar leis que limitam o uso militar em funções civis.

Risco baixo

  • Saída de tratados internacionais como o Acordo de Paris: o presidente possui prerrogativas para essas ações.
  • Perdão aos invasores do Capitólio: assegurado pela Constituição, mas pode gerar questionamentos políticos.

O que esperar nos próximos meses

As medidas de Trump refletem a agenda política prometida durante sua campanha e buscam atender a sua base eleitoral. No entanto, a aplicação dessas ordens executivas dependerá de como os tribunais norte-americanos interpretarão suas constitucionalidades.

Analistas preveem que a judicialização será uma marca registrada deste novo mandato, com disputas jurídicas que podem impactar não apenas a política interna dos Estados Unidos, mas também suas relações internacionais.

A AMTV News seguirá acompanhando os desdobramentos dessas ações, trazendo atualizações sobre as batalhas judiciais e políticas que moldarão o futuro do país.

Veja Também: Trump assina ordem executiva estabelecendo pena de morte para crimes cometidos por imigrantes ilegais

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