Ação Policial Bloqueia Avenida Brasil e Enfrenta Resistência
Polícia fecha Avenida Brasil em operação na Maré: Uma operação conjunta entre as forças de segurança do Rio de Janeiro e do Espírito Santo resultou no fechamento da Avenida Brasil, na madrugada desta quarta-feira (29). A ação, que visa desarticular uma rede criminosa capixaba ligada à lavagem de dinheiro e extorsão, provocou intensos confrontos armados, incêndio de barricadas e forte presença policial na região. Até o momento, um suspeito foi preso, mas não há informações sobre feridos.
As equipes policiais focaram na parte do Complexo da Maré dominada pelo Terceiro Comando Puro (TCP), com o objetivo de prender criminosos responsáveis pela movimentação financeira da facção. A operação, batizada de Conexão Perdida, envolve policiais civis dos dois estados, com apoio da Polícia Militar no cerco às comunidades.
Alvos da Operação no Complexo da Maré
A polícia realizou incursões em diversas localidades da Maré e também cumpriu mandados em outros bairros do Rio de Janeiro e na cidade de Vitória (ES). Os principais pontos de ação foram:
- Comunidades na Maré: Baixa do Sapateiro, Conjunto Bento Ribeiro Dantas, Conjunto Esperança, Conjunto Pinheiros, Nova Maré, Salsa e Merengue, Timbau, Vila do João e Vila dos Pinheiros.
- Outros bairros do Rio: Laranjeiras, Ramos e Campo Grande.
- Fora do RJ: Vitória, no Espírito Santo.
Extorsão e Lavagem de Dinheiro no Complexo da Maré
Segundo a Subsecretaria de Inteligência do Espírito Santo, traficantes do TCP estabeleceram uma rede de extorsão contra trabalhadores de empresas de internet, água e gás que operam na Maré. Para atuarem na comunidade, essas empresas eram forçadas a pagar mensalidades de até R$ 10 mil à organização criminosa.
As investigações apontam que, somente no último ano, a quadrilha movimentou cerca de R$ 40 milhões. O dinheiro ilícito era gerenciado por meio de contas bancárias diversas, incluindo uma casa lotérica e um “banco paralelo” – uma instituição financeira clandestina que oferecia empréstimos à população local.
“Além de lavar dinheiro do tráfico na Maré, essa estrutura financeira também operava em Vitória (ES), movimentando R$ 43 milhões em menos de um ano. Solicitamos o bloqueio de diversas contas bancárias utilizadas pela facção”, explicou o subsecretário de inteligência do Espírito Santo, Romualdo Gianordoli Neto.
As investigações começaram em novembro de 2023, após a prisão do traficante Luan Gomes de Faria, em Vitória. Ele e o irmão, Bruno Gomes de Faria, conhecidos como os Irmãos Vera, são apontados como líderes do TCP no Espírito Santo. Após a prisão de Luan, Bruno se refugiou no Complexo da Maré.
Autoridades Querem Desarticular a Rede Criminosa
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor dos Santos, afirmou que a operação tem como objetivo não apenas prender os criminosos, mas desmantelar toda a estrutura financeira da facção.
“Essa ação reforça a integração entre as instituições e busca desarticular redes criminosas que ameaçam a segurança pública em escala regional. Nosso foco é acabar com o financiamento dessas organizações”, destacou.
Prisão Durante a Operação
Durante a operação, um homem foi preso, mas sem ligação direta com a Conexão Perdida. Identificado como Renê Gomes Silva, conhecido como RN da Nova Holanda, ele foi capturado em flagrante ao tentar roubar um caminhão na Avenida Brasil.
Segundo a polícia, Renê planejava levar o veículo para a comunidade da Nova Holanda, área controlada pelo Comando Vermelho (CV). Ele estava de moto e, ao tentar escapar dos agentes, caiu no asfalto e foi detido.
Considerações Finais
A operação no Complexo da Maré escancarou um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro e extorsão que ultrapassa os limites do Rio de Janeiro, conectando facções em outros estados. Com mandados sendo cumpridos no Espírito Santo e no Rio, as autoridades pretendem enfraquecer financeiramente o TCP e desarticular sua atuação criminosa. As investigações continuam, e novas prisões podem ocorrer nos próximos dias.
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