Expectativa pela Chegada das Vacinas e Avaliação do Público-Alvo
As negociações para a aquisição das vacinas estavam em andamento antes mesmo do recente decreto de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS), que classificou a mpox como uma emergência de saúde pública. Ethel Maciel explicou que a parte mais complexa do processo, que envolveu a obtenção da autorização especial para a importação das vacinas, já foi concluída.
Papel da OPAS na Aquisição das Vacinas
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) está em negociação com a farmacêutica Bavarian Nordic para adquirir 25 mil doses da vacina, que serão destinadas ao Brasil. A OPAS, através de seu Fundo Rotatório, facilita o acesso a vacinas e outros insumos de saúde para os países das Américas. A Bavarian Nordic, no entanto, não comentou sobre as negociações em andamento.
Após a chegada das vacinas, o Ministério da Saúde realizará uma reunião com o Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) para avaliar a necessidade de ajustes na estratégia de vacinação, levando em consideração o cenário global da doença.
Desafios e Expectativas para a Vacinação no Brasil
O Brasil começou a campanha de imunização contra a mpox em março de 2023, priorizando grupos como pessoas que vivem com HIV/aids, profissionais de laboratórios e aqueles que tiveram contato direto com casos suspeitos. No entanto, a quantidade limitada de vacinas tem sido uma preocupação. O infectologista do Hospital das Clínicas da USP apontou que, com cerca de 1 milhão de pessoas vivendo com HIV no Brasil, as 25 mil doses previstas são insuficientes para atender à demanda.
Em junho de 2023, o Ministério da Saúde ampliou o programa de vacinação para incluir usuários da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP). A medida visa otimizar o uso das vacinas disponíveis, mas ainda é necessário avaliar se novas estratégias serão necessárias para conter a propagação do vírus.
Monitoramento e Vigilância Contínua
Embora o Brasil tenha um risco baixo para o atual surto, o Ministério da Saúde continua vigilante, especialmente diante do risco de introdução do Clado 1b, um subclado mais grave do vírus. A secretária Ethel Maciel destacou a importância de identificar rapidamente qualquer caso desse tipo para tomar as medidas necessárias de isolamento e impedir a transmissão.
A OMS reforça que, apesar da gravidade da mpox, a doença não é comparável à Covid-19, uma vez que já existem vacinas e métodos eficazes de controle. O Brasil, por meio de laboratórios de referência, está preparado para realizar o sequenciamento genético do vírus e identificar novas variantes, garantindo uma resposta adequada às possíveis ocorrências.
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