Netanyahu exige garantias para cessar-fogo em Gaza
Netanyahu exige lista de reféns: Israel não dará continuidade ao cessar-fogo em Gaza sem antes receber a lista de reféns a serem libertados pelo Hamas. A declaração foi feita pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu neste sábado (18), poucas horas antes do início previsto do acordo. A trégua, que deve começar no domingo (19), está condicionada à entrega de 33 reféns israelenses na primeira fase do pacto.
“Não avançaremos com o acordo até recebermos a lista de reféns que serão libertados, conforme acordado. Israel não tolerará violações do acordo. A única responsabilidade é do Hamas”, afirmou Netanyahu em nota oficial.
Apoio dos Estados Unidos
Netanyahu destacou que o acordo foi elaborado com apoio das administrações dos Estados Unidos, incluindo Joe Biden e Donald Trump, que assumirá a presidência em 20 de janeiro. Ambos concordaram que, caso a segunda fase do acordo falhe, Israel terá o direito de retomar os combates, adotando estratégias “novas e mais vigorosas”.
“A segurança de Israel é nossa prioridade, e contamos com o suporte dos Estados Unidos para avançar nessa missão”, reiterou o premiê em pronunciamento oficial.
Preparativos das Forças de Defesa de Israel
Apesar das condições impostas para o cessar-fogo, as Forças de Defesa de Israel (FDI) já iniciaram os preparativos para uma retirada gradual de algumas áreas de Gaza. Segundo o chefe do estado-maior, general Herzi Halevi, as tropas estão ajustando suas operações para implementar os termos do acordo.
“Acabei de retornar de uma visita às tropas na Faixa de Gaza. Nossos comandantes e soldados estão prontos para uma postura defensiva reforçada ao longo da fronteira, incorporando elementos tanto defensivos quanto ofensivos”, declarou o general Halevi.
A retirada estratégica reflete uma mudança tática em meio a pressões internas e externas para aliviar a crise humanitária na região, sem comprometer a segurança nacional de Israel.
Aprovação do cessar-fogo e desafios internos
A aprovação do cessar-fogo foi confirmada pelo Gabinete de Segurança de Israel na sexta-feira (17). No entanto, a decisão enfrentou resistência dentro do próprio governo de Netanyahu, com membros linha-dura pressionando contra a trégua.
Enquanto o acordo avança, bombardeios ainda eram reportados na Faixa de Gaza na noite de sexta-feira. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, os ataques resultaram em 88 mortes no mesmo dia.
Termos do acordo de troca
O acordo prevê a liberação de cerca de 100 reféns israelenses sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos mantidos em Israel. A imprensa internacional especula que entre 30 e 50 detentos palestinos podem ser libertados por cada refém devolvido.
A troca é considerada um marco crucial para a diminuição das tensões, mas os termos completos do pacto permanecem sob sigilo.
Conflito e crise humanitária
O conflito em Gaza se intensificou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas realizou uma invasão surpresa no sul de Israel, resultando em mais de 1.200 mortes e no sequestro de centenas de pessoas. Em resposta, Israel declarou guerra e iniciou uma ofensiva militar que causou destruição massiva e uma grave crise humanitária, deixando cerca de 48 mil mortos em Gaza, segundo o Hamas.
Com uma população de 2,3 milhões de habitantes, Gaza enfrenta uma realidade devastadora, marcada por escassez de alimentos, água e energia.
Perspectivas futuras
Enquanto o cessar-fogo traz esperanças de alívio para a população de Gaza, a continuidade da trégua dependerá do cumprimento dos termos acordados. Israel permanece em alerta para retomar as operações caso o Hamas não cumpra sua parte do acordo.
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