A Declaração de Elon Musk Sobre o Futuro da USAID
Musk e Trump: Polêmica Sobre Futuro da USAID: Elon Musk, bilionário e atual líder dos esforços do governo Trump para cortar custos governamentais, anunciou nesta segunda-feira (3) que está trabalhando para encerrar as atividades da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Durante uma transmissão ao vivo no X (antigo Twitter), Musk afirmou que a agência está “além de qualquer conserto” e que o presidente Donald Trump apoia sua decisão.
“Ficou evidente que não se trata de uma maçã com um verme dentro, o que temos é simplesmente um ninho de vermes. Temos que nos livrar de tudo, está além de qualquer conserto. Vamos fechá-la”, declarou Musk sobre a USAID.
A USAID é reconhecida como o maior doador individual de ajuda humanitária no mundo. Somente em 2023, a agência destinou US$ 72 bilhões (cerca de R$ 420,7 bilhões) para iniciativas globais, abrangendo áreas como saúde feminina em zonas de conflito, acesso à água potável, tratamentos para HIV/AIDS, segurança energética e combate à corrupção. Em 2024, a agência foi responsável por fornecer 42% de toda a ajuda humanitária rastreada pelas Nações Unidas (ONU).
Impactos Imediatos e Controvérsias
Desde sábado, o site oficial da USAID encontra-se fora do ar, e a conta da agência no Instagram, com mais de 400 mil seguidores, foi suspensa. Além disso, dois altos funcionários de segurança da USAID foram removidos após tentarem impedir representantes do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) de acessarem áreas restritas do prédio da agência, conforme revelado pela Reuters.
Musk classificou a USAID como “uma organização criminosa” em resposta a comentários no X. “A USAID é uma organização criminosa. É hora de acabar com ela”, escreveu ele no domingo.
O anúncio ocorre após Trump ordenar um congelamento global na maioria dos fundos de ajuda externa dos EUA, alinhado à sua política “EUA Primeiro”. Esse movimento já está afetando programas essenciais em várias partes do mundo, incluindo hospitais de campanha em campos de refugiados na Tailândia, operações de remoção de minas terrestres e distribuição de medicamentos para milhões de pessoas com doenças como HIV.
Cortes de Gastos e Polêmicas no Governo Trump
Durante a transmissão, Musk também discutiu os esforços do governo Trump para reduzir o déficit dos EUA. Ele estimou que será possível economizar cerca de US$ 1 trilhão (aproximadamente R$ 5,84 trilhões) no próximo ano ao combater fraudes e eliminar desperdícios.
Segundo Musk, “quadrilhas estrangeiras de fraude profissional” estariam explorando vulnerabilidades no sistema dos EUA para roubar grandes quantias de dinheiro. No entanto, ele não apresentou evidências para sustentar suas alegações ou detalhar como chegou ao valor mencionado.
Preocupações com Segurança e Acesso a Dados Sensíveis
As declarações de Musk ocorrem em meio a preocupações crescentes sobre seu acesso ao sistema do Tesouro dos EUA, responsável por mais de US$ 6 trilhões (cerca de R$ 35 trilhões) anuais em pagamentos para agências federais. O jornal The New York Times revelou que o sistema contém dados pessoais de milhões de americanos que recebem benefícios da Previdência Social, restituições de impostos e outros pagamentos governamentais.
Peter Welch, membro democrata do Comitê de Finanças do Senado, criticou duramente a situação. “É um abuso grosseiro de poder por parte de um burocrata não eleito e mostra que dinheiro pode comprar poder na Casa Branca de Trump”, disse Welch em comunicado.
Além disso, assessores de Musk assumiram o controle do Escritório de Gestão de Pessoal (OPM), bloqueando o acesso de servidores de carreira a sistemas que armazenam informações confidenciais de milhões de funcionários federais. Essa medida faz parte de uma ampla reformulação do governo liderada por Trump, que já resultou na demissão ou afastamento de centenas de servidores públicos.
Conclusão: O Futuro da Ajuda Humanitária Global
A proposta de fechar a USAID levanta questões importantes sobre o papel dos EUA na assistência internacional e os possíveis impactos de uma decisão tão drástica. Enquanto Musk e Trump defendem cortes radicais sob a bandeira de eficiência e priorização nacional, especialistas alertam para as consequências humanitárias globais. Resta saber como essa estratégia será recebida tanto internamente quanto pela comunidade internacional.
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