Impactos da estiagem na saúde da população
A médica de família Anelys Siqueira, da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Manacapuru, destaca as mudanças no cenário da região, especialmente no Rio Miriti, e alerta que o agravamento deve continuar nas próximas semanas. “A estiagem afeta diretamente a agricultura, pesca e pecuária, o que gera escassez de alimentos e água potável, aumentando o risco de doenças”, explica a médica.
Doenças mais comuns durante a seca
Entre as enfermidades mais frequentes nesse período estão diarreias, conjuntivite e problemas de pele. Além disso, a falta de armazenamento adequado da água aumenta o risco de proliferação de mosquitos transmissores de doenças como Dengue, Zika, Chikungunya, Malária e Febre do Oropouche. A médica alerta para o aumento dos casos dessas doenças devido ao acúmulo de água parada e à exposição a ambientes insalubres.
Outro ponto crítico são os incêndios, que se intensificam durante a seca, prejudicando a qualidade do ar. Pessoas com doenças respiratórias crônicas, como asma, tendem a ser mais afetadas pela poluição atmosférica, agravando seu estado de saúde.
Sinais de alerta para doenças
Anelys Siqueira enfatiza a importância de observar os sinais de doenças, especialmente gastrointestinais, como diarreias persistentes, náuseas e vômitos. Em casos mais graves, podem ocorrer febre e desidratação. Os sintomas respiratórios, como tosse intensa e falta de ar, também requerem atenção especial, principalmente em indivíduos com problemas de saúde preexistentes.
As doenças transmitidas por mosquitos, como Dengue e Zika, se manifestam com sintomas iniciais de febre, dor no corpo e perda de apetite. “É fundamental procurar atendimento médico ao observar esses sinais”, alerta a médica.
Medidas de prevenção em casa
David Firmeza da Costa, médico de família e professor da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Itacoatiara, recomenda práticas simples para prevenir doenças. “Filtrar a água com um pano limpo e depois fervê-la por três minutos é uma forma eficiente de evitar a contaminação”, sugere o médico. Caso não seja possível ferver, ele orienta o uso de hipoclorito de sódio, que pode ser fornecido pelo SUS.
Além disso, recipientes de armazenamento de água devem ser higienizados com uma solução de hipoclorito, e frutas e verduras devem ser lavadas adequadamente. “Tomar banho regularmente com sabonete também é uma medida essencial para evitar problemas de pele”, acrescenta David Firmeza.
Prevenção é o melhor remédio
Com as dificuldades crescentes de deslocamento e o aumento da escassez de recursos básicos, os médicos reforçam a importância de manter uma rotina de higiene e cuidados preventivos. “A situação nas comunidades mais distantes é desafiadora, e a adoção de medidas simples pode fazer uma grande diferença na preservação da saúde durante a estiagem”, conclui Firmeza.
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