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terça-feira, abril 22, 2025

“Maníaco da Mooca” Pode Ter Sido Executado por Tribunal do Crime em São Paulo

Entenda o Funcionamento do Tribunal do Crime e Seu Impacto nas Comunidades

Maníaco da Mooca e Tribunal do Crime: O desaparecimento de Solirano de Araujo Sousa, conhecido como o “Maníaco da Mooca”, trouxe à tona a possibilidade de sua morte pelo chamado Tribunal do Crime. A investigação, conduzida pelo delegado Ricardo Salvatori, ainda não descarta a hipótese de que Solirano tenha sido executado por essa forma de “justiça” aplicada por facções criminosas.

O Tribunal do Crime é um sistema de punição usado por grandes facções no Brasil, responsável por manter um rígido “código de ética” entre seus membros. Essas facções utilizam esse tribunal para julgar e punir membros que cometem infrações graves, ou mesmo pessoas que desobedecem às regras impostas pela organização.

A Estrutura do Tribunal do Crime

Segundo André Santos Pereira, delegado e presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP), o Tribunal do Crime funciona como uma forma de poder paralelo, operando dentro das maiores facções criminosas do país. A estrutura é formada por líderes respeitados dentro dessas organizações, que são responsáveis por julgar e decidir as punições.

“As punições aplicadas pelo tribunal podem ser extremamente severas, incluindo espancamentos e até execuções,” afirma o delegado. A escolha desses líderes geralmente se baseia em sua experiência e posição dentro da facção, garantindo que as decisões sejam aceitas pelos demais membros.

O “Código de Ética” do Crime Organizado

O “código de ética” mencionado por Pereira consiste em um conjunto de regras informais que governam o comportamento dos membros da facção. Esse código impõe padrões de conduta, e as decisões são tomadas por meio de conselhos formados pelos membros mais influentes.

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Entre as infrações puníveis estão traição, desobediência a ordens da liderança e, em algumas facções, a venda de drogas adulteradas. No entanto, crimes de natureza sexual são tratados com extrema severidade, já que, para algumas facções, esses atos desonram a organização. “Esses crimes são considerados uma ameaça à honra da facção e, por isso, são punidos de forma implacável,” explica o delegado.

Impacto do Tribunal do Crime nas Comunidades

A atuação dos Tribunais do Crime tem consequências diretas nas comunidades controladas pelas facções. O medo e a intimidação são usados como ferramentas para garantir a obediência, tanto dos membros da organização quanto dos moradores dessas áreas. Pereira ressalta que, muitas vezes, essas facções acabam criando um “Estado paralelo“, impondo suas próprias leis e regras.

“O ciclo de medo e violência se perpetua, onde a população fica refém dessa justiça criminosa, sentindo-se desprotegida,” afirma o delegado.

A presença desse tribunal cria um ambiente de constante tensão e insegurança, onde as pessoas são obrigadas a obedecer às regras impostas pelas facções, sob o risco de sofrerem punições severas. Esse controle social imposto pelas facções contribui para o aumento da violência urbana e o enfraquecimento das instituições oficiais de segurança.

Veja também: Jovem relata ataque do “Maníaco da Mooca”: “Não sabia o que ia acontecer comigo”

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