Inauguração da ‘Farmácia Viva’ em Manaus
Manaus Inaugura Farmácia Viva no SUS: Nesta terça-feira (29), o prefeito de Manaus, David Almeida, inaugurou a primeira unidade da “Farmácia Viva” no Amazonas, um projeto inovador que integra medicamentos naturais e fitoterápicos ao Sistema Único de Saúde (SUS). Desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a iniciativa começou a operar em cinco unidades de saúde de referência na cidade, beneficiando diretamente pacientes da rede municipal.
A “Farmácia Viva” produzirá inicialmente quatro tipos de medicamentos fitoterápicos: um anti-inflamatório, um antidiarreico, um para síndromes respiratórias e um ansiolítico. Os remédios são feitos a partir de plantas medicinais da região amazônica, como andiroba, copaíba e guaraná, valorizando a biodiversidade local e o conhecimento tradicional.
Ciência e Tradição Amazônica
O projeto é coordenado pela Ufam, que realizou estudos científicos para garantir a segurança e a eficácia dos fitoterápicos. As fórmulas foram desenvolvidas com base em saberes tradicionais de comunidades indígenas e ribeirinhas, aliados a testes clínicos conduzidos pela universidade. A produção ocorre em um laboratório especializado, seguindo normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“A ‘Farmácia Viva’ une o melhor da ciência e da tradição. Estamos oferecendo alternativas naturais e acessíveis para a população, com a riqueza da nossa floresta”, afirmou o reitor da Ufam, Sylvio Puga, durante a cerimônia de inauguração.
Impactos para a População
A iniciativa deve atender cerca de 10 mil pacientes por mês nas unidades de saúde participantes, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Os medicamentos fitoterápicos serão prescritos por médicos e farmacêuticos capacitados, como complemento ou alternativa a tratamentos convencionais, dependendo da condição do paciente.
A expectativa é que o projeto reduza custos com medicamentos industrializados e diminua a dependência de insumos importados. Dados do Ministério da Saúde mostram que o Brasil gasta cerca de R$ 1,5 bilhão por ano com a compra de remédios para o SUS, e iniciativas como a “Farmácia Viva” podem ajudar a economizar até 20% desse valor em longo prazo.
Declarações Oficiais
O prefeito David Almeida destacou o pioneirismo do projeto e seu potencial de expansão. “Manaus está dando um passo importante para a saúde pública. Queremos ampliar a ‘Farmácia Viva’ para outras regiões da cidade e do estado, levando saúde e sustentabilidade para mais pessoas”, declarou.
A Semsa informou que os pacientes interessados devem procurar uma das cinco unidades de saúde de referência para avaliação médica. A lista inclui o Centro de Atenção Integral à Saúde (CAIS) Dr. Luiz Montenegro, na zona sul, e a UBS Nilton Lins, na zona centro-sul.
Contexto: Fitoterapia no SUS
A “Farmácia Viva” se alinha à Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, instituída pelo Ministério da Saúde em 2006, que incentiva o uso de remédios naturais no SUS. Atualmente, cerca de 30 municípios brasileiros possuem iniciativas semelhantes, mas o projeto de Manaus se destaca por sua escala e foco na biodiversidade amazônica.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% da população mundial utiliza plantas medicinais em algum momento para cuidados de saúde. No Brasil, o SUS já disponibiliza 12 fitoterápicos em sua lista de medicamentos essenciais, como a pomada de arnica e o xarope de guaco.
