Situação dos Presos na Operação Mandrágora
Família de Djidja Enfrenta Abstinência no Presídio: Ademar e Cleusimar Cardoso, irmão e mãe da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, foram presos há quatro dias e estão enfrentando crises de abstinência por cetamina dentro das unidades prisionais onde estão custodiados. Verônica da Costa, gerente da rede de salões de beleza da família Cardoso, também está passando pela mesma situação. A informação foi divulgada na manhã deste domingo (2) pela advogada de defesa, Lidiane Roque.
Dependência Química
A advogada Lidiane Roque explicou que Ademar, Cleusimar e Verônica são dependentes químicos de cetamina, uma substância usada como anestésico e analgésico, além de ser utilizada em tratamentos para depressão. A suspeita é que a morte de Djidja tenha sido causada por uma overdose de cetamina, pois o corpo dela foi encontrado com sinais de uso excessivo da substância. O resultado do exame de necropsia realizado pelo Instituto Médico Legal (IML) deve sair em até 30 dias.
Estado de Saúde e Medidas de Defesa
De acordo com a defesa, os três estão em isolamento nas unidades prisionais. Ademar e Verônica apresentam uma situação mais estável, enquanto Cleusimar está em estado mais crítico, manifestando sintomas como tremedeira, suor excessivo e ansiedade. A defesa já solicitou que Cleusimar receba tratamento médico na enfermaria do presídio.
A equipe de defesa planeja pedir a internação compulsória dos três. “Nesse momento, a nossa prioridade é o bem-estar e a saúde mental dos nossos clientes. Então, vamos tentar de todas as formas interná-los”, afirmou a advogada.
Comunicado da Secretaria de Administração Penitenciária
A Secretaria de Administração Penitenciária do Amazonas informou que possui um corpo técnico de saúde, com médicos e enfermeiros, que atende os internos visando sempre a dignidade da pessoa custodiada.
Prisão e Operação Mandrágora
Ademar, Cleusimar e Verônica foram presos na quinta-feira (30) durante a Operação Mandrágora. Eles estavam sob efeito de drogas quando foram localizados tentando fugir da polícia, na casa onde Djidja foi encontrada morta, no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus. Devido ao estado em que se encontravam, não conseguiram prestar depoimento à polícia no dia da prisão. Além deles, Marlisson Vasconcelos e Claudiele Santos, funcionários da família Cardoso, também foram presos.
Investigação e Denúncias
A Polícia Civil identificou que os presos mantinham um grupo denominado “Pai, Mãe, Vida”, que forçava o uso de cetamina em rituais na capital do Amazonas. A advogada Lidiane Roque, amiga pessoal dos clientes, acompanhou o avanço do vício na família Cardoso e testemunhou o uso indiscriminado da cetamina.
Ela afirmou que Cleusimar ofereceu a droga para ela, mas se recusou. Segundo Lidiane, essa prática também era feita com funcionários, mas não de forma obrigatória. A defesa negou a existência de um grupo religioso e afirmou que os discursos sobre transcendência espiritual eram feitos sob efeito de drogas.
Conclusão e Estratégia de Defesa
A advogada destacou que a família Cardoso precisa de ajuda médica e não de julgamentos. “Eles estão precisando de que as pessoas entendam. A sociedade brasileira precisa entender que isso é uma situação grave. Sabemos que muitas pessoas estão tendo acesso a esse tipo de droga, que é devastadora, altamente viciante, e precisamos pensar em políticas públicas sérias”, concluiu.
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