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quinta-feira, novembro 14, 2024

Lula Anuncia Novo Acordo de Reparação para Desastre de Mariana em Outubro

Presidente Confirma Avanço em Negociações com Mineradoras Sobre Tragédia de 2015

Lula anuncia novo acordo para Mariana em outubro: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira (5) que um novo acordo de reparação para o desastre causado pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), será firmado até outubro deste ano. A tragédia, ocorrida em 2015, causou a morte de 19 pessoas e devastou a Bacia do Rio Doce, afetando Minas Gerais e o Espírito Santo. As empresas responsáveis, Vale e a britânica BHP Billiton, ainda estão em negociação com o governo para finalizar os termos da reparação.

Declarações de Lula e Criticas à Vale

Durante entrevista à Rádio Vitoriosa, em Uberlândia, Lula criticou a demora para a conclusão de um acordo: “Isso se arrasta há dez anos. A Vale tem que cumprir suas responsabilidades. Agora, com a nova direção da empresa, espero que haja mais cuidado com o desenvolvimento da Vale e que essa situação seja resolvida até o começo de outubro. Queremos usar esses recursos para reparar os danos e cuidar do povo”, afirmou o presidente.

A Vale, que passou por mudanças na sua gestão, foi alvo de críticas do presidente, que destacou a necessidade de a empresa se comprometer mais com o desenvolvimento e a responsabilidade social, em vez de focar apenas em vendas de ativos.

O Maior Desastre Ambiental da Mineração no Brasil

O rompimento da barragem da Samarco, ocorrido em 5 de novembro de 2015, liberou 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério, causando a morte de 19 pessoas e uma destruição sem precedentes ao longo da Bacia do Rio Doce. A lama tóxica atingiu comunidades e afetou o meio ambiente até a foz do Rio Doce, no Espírito Santo.

Para lidar com os danos, foi assinado um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) em 2016, entre o governo federal, os estados afetados, a Samarco, Vale e BHP Billiton. A partir disso, a Fundação Renova foi criada para gerir os mais de 40 programas de recuperação, com as três mineradoras responsáveis pelos custos.

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Nova Etapa nas Negociações

O objetivo atual das negociações é chegar a um novo acordo que resolva mais de 80 mil processos judiciais pendentes, muitos dos quais questionam a eficácia da Fundação Renova. Entre as principais críticas estão os atrasos nas indenizações, a reconstrução das comunidades destruídas e a falta de reconhecimento de todas as vítimas.

No início de maio, uma proposta de R$ 90 bilhões para a reparação integral dos danos foi rejeitada pelo governo federal e pelo Espírito Santo, sendo considerada insuficiente. As autoridades defendem que o valor de reparação deve girar em torno de R$ 109 bilhões.

Reações e Demandas do Movimento dos Atingidos

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) criticou a proposta das mineradoras e enviou uma carta aberta ao presidente Lula, solicitando a rejeição da oferta e reivindicando uma solução que considere as vítimas como prioridade. O movimento argumenta que o valor sugerido pelas empresas, cerca de R$ 100 bilhões, não é suficiente para reparar todos os danos, destacando que um acordo justo deveria ser de pelo menos R$ 500 bilhões, considerando casos como o de Brumadinho, outro desastre envolvendo a Vale em 2019.

Veja Também: Lula Considera ‘Insanidade’ Penalizar Mulheres que Realizam Aborto com Penas Maiores que para um Estuprador

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