Ex-chefe da Polícia Civil é liberado após decisão judicial, mas segue afastado das funções
Delegado do AM é solto após operação da PF: A Justiça de Roraima revogou nesta semana a prisão preventiva do delegado da Polícia Civil do Amazonas, Adriano Félix, detido pela Polícia Federal durante a Operação Jeremias 22:17, que investiga crimes de sequestro, tortura e associação a um esquema de mineração ilegal. A decisão, proferida pela juíza Noêmia Cardoso, entendeu que não há mais risco de o delegado interferir na apuração dos fatos.
Apesar da liberdade, Adriano Félix foi afastado de suas funções e terá que cumprir medidas cautelares, como proibição de contato com outros investigados e impedimento de entrar em unidades da Polícia Civil do Amazonas.
PF investiga organização criminosa armada
A operação deflagrada pela Polícia Federal revelou a existência de uma rede criminosa formada por agentes públicos, que atuavam de forma clandestina escoltando cargas de minério retiradas ilegalmente da Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
As investigações apontam que, além da exploração mineral, o grupo realizava sequestros e torturas para obter informações sobre possíveis desvios de carga de cassiterita. Um caso emblemático ocorreu em fevereiro de 2023, quando um homem foi algemado, agredido e submetido a choques elétricos por supostos agentes encapuzados em Caracaraí (RR).
Vereadora, PMs e delegados estão entre os alvos
Além de Adriano Félix, a operação prendeu a vereadora Adriana Sousa dos Santos, conhecida como “Adriana da Civil”, que também é policial. Outros envolvidos incluem os policiais Álvaro Tibúrcio Steinheuser e Edmilton Freire dos Santos, que permanecem presos.
Segundo o Ministério Público Federal, a atuação do grupo pode configurar tortura, sequestro, milícia privada, abuso de autoridade e outros crimes graves. A investigação segue sob sigilo, mas novas fases podem ocorrer nos próximos meses.
Repercussão nas redes e cobrança por justiça
A revogação da prisão gerou controvérsia nas redes sociais. Enquanto alguns usuários questionam a soltura diante da gravidade das acusações, outros destacam a importância de garantir o direito à ampla defesa e ao devido processo legal.
A sociedade aguarda os próximos desdobramentos do caso, que expõe a fragilidade das fronteiras entre o crime organizado e o serviço público em regiões de exploração mineral.
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