Prisão de MC Poze repercutiu nacionalmente
MC Poze é solto e segue investigado por apologia ao crime: O cantor MC Poze do Rodo, nome artístico de Marlon Brendon Coelho Couto, foi libertado nesta segunda-feira (2) por determinação da Justiça do Rio de Janeiro. A decisão, assinada pelo desembargador Peterson Barroso Simão, da Primeira Vara Criminal de Jacarepaguá, revogou a prisão temporária decretada contra o artista no dia 29 de maio.
Poze havia sido detido durante uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecente (DRE), suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas e apologia ao crime. A investigação se baseia em vídeos onde o artista aparece se apresentando em comunidades dominadas por facções, com pessoas armadas ao redor, além de menções ao Comando Vermelho em trechos de músicas e declarações públicas.
Decisão judicial: prisão desnecessária para a investigação
Na decisão, o desembargador Peterson Barroso entendeu que a prisão temporária de 30 dias era desproporcional e não essencial ao prosseguimento das apurações. Ele também considerou que o funkeiro não representa risco direto à ordem pública, nem houve flagrante ou elementos materiais que justificassem a manutenção da detenção por mais tempo.
A Justiça estabeleceu que o cantor poderá responder às acusações em liberdade, desde que cumpra uma série de medidas cautelares para não atrapalhar a investigação.
Medidas impostas pela Justiça
Com a concessão do habeas corpus, MC Poze está obrigado a cumprir as seguintes restrições:
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Comparecer mensalmente ao juízo para justificar suas atividades;
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Permanecer na comarca e não mudar de endereço sem autorização;
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Informar número de telefone para contato direto com a Justiça;
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Não manter contato com pessoas investigadas ou ligadas a organizações criminosas;
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Entregar o passaporte à Justiça para impedir viagens internacionais.
Segundo o Tribunal de Justiça, essas medidas garantem que o artista permaneça acessível ao processo e sob vigilância até o encerramento das investigações.
Defesa comemora decisão e reafirma inocência
O advogado do cantor, Leonardo Pereira, classificou a decisão como “justa” e afirmou que MC Poze “não tem qualquer envolvimento com atividades criminosas”. A defesa sustenta que ele apenas exerce sua profissão e não pode ser responsabilizado pelas ações de terceiros em locais onde se apresenta.
“Não houve incitação direta à prática de crimes, tampouco qualquer relação formal com grupos criminosos. A prisão foi precipitada e baseada em interpretações equivocadas de sua atividade artística”, disse o advogado em nota à imprensa.
O que dizem as autoridades
A Polícia Civil do Rio ainda não concluiu o inquérito. Segundo fontes ligadas ao caso, os investigadores irão analisar novas imagens e depoimentos antes de decidirem se denunciarão formalmente o cantor ao Ministério Público.
Enquanto isso, o Ministério Público estadual não se manifestou oficialmente sobre a soltura, mas informou que irá acompanhar a apuração até o fim.
Repercussão nas redes e entre o público
Nas redes sociais, a libertação do funkeiro dividiu opiniões. Milhares de fãs celebraram com postagens usando hashtags como #PozeLivre e #JustiçaPorPoze, enquanto outros questionaram a decisão da Justiça, alegando que a presença constante do cantor em áreas de risco deveria ser um agravante.
Influenciadores e artistas também comentaram o caso. A influenciadora Viviane Noronha, ex-companheira de MC Poze e mãe de seus filhos, publicou uma mensagem agradecendo o apoio e dizendo que “a justiça foi feita”.
Caso segue em investigação
Mesmo solto, Poze continua sendo investigado. O processo ainda está em fase inicial, e as autoridades analisam se ele deve ser denunciado por apologia ao crime, associação ao tráfico ou outros possíveis crimes previstos no Código Penal.
A expectativa é que, nas próximas semanas, novas provas e depoimentos sejam anexados ao inquérito, que poderá evoluir para uma denúncia formal ou ser arquivado, a depender do entendimento do Ministério Público.
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