Soldado é suspeito de crimes de guerra na Faixa de Gaza
Soldado israelense investigado por crimes: A Justiça Federal determinou que a Polícia Federal (PF) investigue Yuval Vagdani, um soldado de Israel que está em território brasileiro, sob a suspeita de envolvimento em crimes de guerra na Faixa de Gaza. A decisão foi emitida pela juíza federal Raquel Soares Charelli em 30 de dezembro de 2024, com encaminhamento formal à PF no início de janeiro de 2025.
Contexto e fundamentação legal
O processo foi iniciado por uma notícia-crime protocolada pelos advogados Maira Machado Frota Pinheiro e Caio Patrício de Almeida. Segundo os autores, o soldado teria participado de ações configuradas como genocídio e outros crimes de guerra. Eles argumentam que, como o Brasil é signatário de tratados internacionais, como a Convenção de Genebra e o Estatuto de Roma, possui o dever de investigar e reprimir tais crimes, mesmo que cometidos fora de seu território.
“Aplicando o princípio da extraterritorialidade e da competência universal para processar e julgar o noticiado”, mencionou a juíza Charelli em sua decisão.
A suspeita inicial localizou Yuval Vagdani em Morro de São Paulo, na Bahia. Contudo, por questões legais, o caso foi transferido para o Distrito Federal. A mudança segue o artigo 88 do Código de Processo Penal, que determina que crimes cometidos fora do Brasil sejam julgados pela capital do estado onde o acusado residiu por último.
Investigação em andamento
A PF já recebeu o material e iniciou as diligências necessárias. Segundo a decisão, a juíza instruiu que as informações sigilosas fossem enviadas diretamente à PF, garantindo a proteção das partes envolvidas.
O caso reforça o compromisso do Brasil em atuar contra crimes de guerra, atendendo às diretrizes internacionais para investigação e repressão desses delitos.
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