Governador é Condenado por Abuso de Poder Político
Caiado inelegível por 8 anos por abuso de poder político: A Justiça Eleitoral de Goiás condenou o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) a oito anos de inelegibilidade por abuso de poder político. A decisão, anunciada nesta segunda-feira (9), também determinou a cassação da chapa eleita em Goiânia, composta por Sandro Mabel (União Brasil) e Coronel Cláudia (Avante). Além disso, foi aplicada uma multa a cada um dos envolvidos: R$ 60 mil para Caiado, R$ 40 mil para Mabel e R$ 5,3 mil para Cláudia.
Segundo a sentença da juíza Maria Umbelina Zorzetti, Caiado utilizou o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, para promover um evento em apoio à candidatura de Mabel, pressionando os presentes a trabalharem pela eleição do candidato. Tal prática configura abuso de poder político, o que é proibido pela legislação eleitoral.
Eventos Sob Investigação e Repercussão Política
A denúncia foi feita pela coligação do candidato derrotado no segundo turno, Fred Rodrigues (PL), e foi endossada pelo Ministério Público Eleitoral. De acordo com o processo, os eventos ocorreram em 7 e 9 de outubro, durante o segundo turno das eleições, e contaram com a presença de vereadores eleitos, suplentes e lideranças políticas de Goiânia.
Durante os encontros, Caiado teria pedido aos presentes que usassem suas “credenciais políticas” para impulsionar a candidatura de Mabel. Uma das declarações do governador no evento foi citada no processo: “Vocês não estão aqui como pessoa física, mas como líderes. Voltem com muita humildade, agradeçam os votos e reforcem a importância de termos Sandro Mabel na prefeitura.”
A juíza Maria Umbelina classificou os encontros como eventos “eleitoreiros”. “O investigado Ronaldo não está impedido de apoiar candidatos, mas ao utilizar o Palácio das Esmeraldas para pedir votos, ele confunde o público com o privado, criando uma falsa mensagem de apoio do governo estadual à candidatura. Essa prática é vedada pela legislação”, afirmou a magistrada.
Defesa e Possibilidade de Recurso
As defesas de Ronaldo Caiado e Sandro Mabel argumentaram que os eventos eram institucionais, realizados a portas fechadas e sem pedidos explícitos de votos. No entanto, a Justiça considerou que as evidências demonstraram o uso indevido da estrutura estatal para fins eleitorais.
Ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE) e, posteriormente, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso a decisão seja mantida, os planos políticos de Caiado, que atualmente cumpre seu segundo mandato como governador e se apresenta como pré-candidato à Presidência em 2026, podem ser inviabilizados.
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