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sexta-feira, fevereiro 21, 2025

Juristas divergem sobre julgamento de Bolsonaro pelo STF e atuação de Moraes

Defesa do ex-presidente questiona imparcialidade do ministro, enquanto especialistas apontam solidez da denúncia

Juristas debatem julgamento de Bolsonaro no STF: O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) tem gerado intensos debates no meio jurídico. Enquanto alguns juristas defendem a legitimidade do processo conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, outros questionam a imparcialidade do magistrado e a adequação do STF para julgar o caso.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia contra Bolsonaro, acusando-o de tentativa de golpe de Estado e outros crimes. Caso condenado, ele pode pegar mais de 12 anos de prisão.

Imparcialidade de Alexandre de Moraes gera debate

A relatoria do caso sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes é um dos pontos mais contestados pela defesa de Bolsonaro. Os advogados do ex-presidente alegam que Moraes tem um histórico de embates com Bolsonaro e, por isso, deveria se declarar impedido.

O jurista Walter Maierovitch afirmou que o ideal seria que o caso fosse analisado pelo plenário completo do STF, sem a relatoria de Moraes, para evitar questionamentos sobre parcialidade. “Diante do contexto, é importante que não reste dúvida sobre a isenção do magistrado”, comentou.

Por outro lado, especialistas como a professora de direito constitucional Vera Chemim argumentam que Moraes pode continuar no caso, já que ele não é vítima direta das acusações. Segundo ela, a jurisprudência do STF permite que ministros que já participaram de investigações permaneçam na condução de processos correlatos.

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Defesa de Bolsonaro tenta levar caso ao plenário

Outro ponto de contestação envolve a escolha da Primeira Turma do STF para julgar Bolsonaro. Atualmente, o colegiado é composto por cinco ministros, quatro dos quais foram indicados por governos do Partido dos Trabalhadores (PT).

A defesa do ex-presidente sustenta que, pela relevância do caso, o julgamento deveria ser feito pelo plenário completo do STF, composto por 11 ministros. A equipe jurídica de Bolsonaro já sinalizou que pedirá a revisão da decisão de Moraes.

Denúncia e possíveis penas

A PGR apresentou cinco acusações formais contra Bolsonaro, que podem resultar em penas superiores a 12 anos de reclusão. Os crimes listados são:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Organização criminosa armada
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça
  • Deterioração de patrimônio tombado

Se condenado, Bolsonaro poderá cumprir pena em regime fechado, conforme prevê a legislação penal brasileira para condenações acima de oito anos.

Próximos passos no julgamento

Agora, o STF deve decidir se aceita a denúncia da PGR. Caso isso ocorra, Bolsonaro se tornará réu e enfrentará um julgamento que pode culminar em sua condenação.

Enquanto isso, aliados do ex-presidente intensificam críticas ao Supremo e defendem que Bolsonaro está sendo alvo de perseguição política. Por outro lado, especialistas jurídicos sustentam que as provas apresentadas pela PGR são robustas e que o caso precisa ser tratado com rigor para garantir a estabilidade democrática.

A expectativa é que o desfecho desse julgamento tenha grande impacto no cenário político brasileiro, com reflexos nas eleições municipais de 2024 e no futuro político de Bolsonaro.

Veja Também: Delação de Mauro Cid ameaça Bolsonaro e pode custar cargo no Exército

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