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sexta-feira, novembro 15, 2024

Investigação de Esquema de Lavagem de Dinheiro no Rio de Janeiro Envolve Operador de Facção e Empresas no Amazonas

Movimentações Financeiras Suspeitas

Investigação de Lavagem de Dinheiro no RJ; A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando um complexo esquema de lavagem de dinheiro relacionado ao tráfico de drogas, envolvendo Cleiton Souza da Silva, suposto operador do Comando Vermelho no Amazonas. Cleiton está foragido, mas as investigações revelaram que ele realizou transferências de quase R$ 200 mil para três empresas no Amazonas, sendo que duas delas são consideradas fachadas criadas especificamente para atividades criminosas.

Transferências e Empresas de Fachada

As autoridades identificaram que pelo menos duas das empresas que receberam dinheiro de Cleiton Souza foram abertas em nome de “laranjas”. Em um caso específico, a empresa estava registrada em nome de uma pessoa com deficiência mental grave, cuja família desconhecia a existência do negócio.

Uma dessas empresas, um frigorífico, está ligada ao ex-prefeito de Anamã, Raimundo Pinheiro da Silva, conhecido como Chicó. Este frigorífico recebeu sete transferências totalizando R$ 113,75 mil. Outro estabelecimento, uma empresa de transporte e navegação, recebeu R$ 22 mil em três transferências. A terceira empresa, supostamente de alvenaria, recebeu R$ 64,2 mil em nove transferências.

Caminho das Drogas e do Dinheiro

Cleiton Souza da Silva distribuía drogas como skunk e cocaína vindas do Amazonas para várias comunidades e municípios do Rio de Janeiro, além de bairros das zonas Sul e Oeste da capital. O dinheiro gerado pela venda desses entorpecentes era depositado em diversas contas para dificultar o rastreamento e enviado de volta para a origem do esquema, na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru.

Método de Operação

A prática de “mesclar” o dinheiro envolve transferências para várias empresas, formais ou não, para esconder a origem ilícita dos fundos. Segundo o delegado Jefferson Ferreira, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro, essa era a estratégia usada pelos traficantes do Comando Vermelho do Amazonas.

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“O caminho da droga vem da tríplice fronteira (Brasil-Colômbia-Peru), passando por Manaus, vindo pro Rio de Janeiro, e o dinheiro faz o caminho contrário”, explicou Ferreira.

Envolvimento de Políticos e Empresas

As investigações apontam que o frigorífico usado no esquema de lavagem pertence ao ex-prefeito de Anamã, Chicó, que teria sido beneficiário direto do esquema. Além disso, o chefe do Departamento de Combate ao Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro, Gustavo Ribeiro, afirmou que muitas pessoas em diferentes partes do país enviaram dinheiro para integrantes do tráfico no Amazonas, destacando a complexidade do esquema.

“Não é do dia para a noite que você consegue 40 laranjas para receber dinheiro em espécie na conta, mandar para outras 20 pessoas de confiança e mandar para outras 10 pessoas de confiança para mandar para o operador, Cleiton, que confia em um político local, que detém negócios de distribuição de pescado e que vai empregar a estrutura que ele tem para distribuir a droga e dissimular o dinheiro dessa droga”, afirmou Ribeiro.

Operações Policiais e Desdobramentos

Na semana passada, a Polícia Civil realizou uma operação contra o braço financeiro da maior facção do tráfico de drogas no Estado do Rio de Janeiro. Durante a operação, foram realizadas buscas no frigorífico do ex-prefeito de Anamã e em outras empresas suspeitas.

O combate ao esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas é uma prioridade para a Polícia Civil do Rio de Janeiro, que continua investigando para desmantelar completamente a rede de laranjas e empresas de fachada envolvidas neste esquema criminoso.

Veja TambémContrabandista, conhecido como o maior traficante de armas, Diego Hernan Dirísio, é capturado em Buenos Aires após investigação e Colaboração entre Interpol e Polícia Federal Brasileira

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