Decisão Polêmica Reacende Crise no Parque São Jorge
Anulação do afastamento de Augusto Melo: Na manhã de 31 de maio de 2025, o Corinthians viveu mais um capítulo de sua crise política. Uma decisão da conselheira Maria Angela de Souza Ocampos, aliada do presidente afastado Augusto Melo, anulou a reunião do Conselho Deliberativo que resultou no impeachment de Melo, em 26 de maio. A medida, baseada no estatuto do clube, também declarou nulos todos os atos de Romeu Tuma Jr., ex-presidente do Conselho, após 9 de abril. O anúncio desencadeou um cenário de tensão, com torcedores, polícia e disputas internas pelo comando do clube.
O que Diz o Estatuto?
Segundo o documento assinado por Maria Angela, Romeu Tuma Jr. foi afastado por supostas infrações estatutárias, o que a levou a assumir interinamente a presidência do Conselho Deliberativo. A conselheira justificou a anulação da votação do impeachment, alegando irregularidades no processo conduzido por Tuma. No entanto, a decisão é contestada por opositores, que afirmam que ela não tem validade legal sem aprovação do plenário do Conselho ou respaldo judicial.
Tumulto no Parque São Jorge: Invasão ou Protesto?
A decisão de Maria Angela gerou reações imediatas. Augusto Melo, acompanhado de aliados, compareceu à sede do Corinthians, no Parque São Jorge, para tentar reassumir a presidência. O movimento foi interpretado por adversários como uma tentativa de “golpe institucional”. Segundo relatos do UOL Esporte (31/05/2025), torcedores organizados, convocados por Douglas Deungaro, ex-presidente da Gaviões da Fiel, entraram no quinto andar do clube, onde fica a sala da presidência. A presença de torcedores elevou a tensão, e a Polícia Militar, incluindo o Batalhão de Choque, foi acionada para conter o tumulto.
Reações Oficiais
Osmar Stabile, presidente interino do Corinthians, classificou a ação como “invasão” e defendeu a legitimidade do impeachment. Em nota à Folha de S.Paulo (31/05/2025), Stabile afirmou: “A decisão de Maria Angela não tem fundamento estatutário e será contestada. O clube segue sob gestão interina até a assembleia de sócios.” Já Augusto Melo, em entrevista ao GE (31/05/2025), negou qualquer invasão: “Vim reassumir meu direito como presidente eleito. Não houve violência, apenas apoio de torcedores.”
Contexto da Crise: Uma Gestão Conturbada
A gestão de Augusto Melo, iniciada em janeiro de 2024, tem sido marcada por polêmicas. Acusações de irregularidades financeiras e desentendimentos com conselheiros culminaram no processo de impeachment, aprovado por 83% dos votos no Conselho Deliberativo em 26 de maio de 2025. A anulação da votação reacendeu o conflito entre apoiadores de Melo e a oposição, liderada por figuras como Romeu Tuma Jr. e André Luiz Oliveira, o André Negão.
O Papel das Redes Sociais
Nas redes sociais, a crise divide opiniões. Postagens no X mostram torcedores apoiando o retorno de Melo, com hashtags como #VoltaAugusto e #ForaTuma, enquanto outros criticam a anulação como “manobra política”. Um usuário identificado como @CorinthiansSempre publicou: “O clube precisa de paz, não de briga pelo poder. Que a Justiça resolva isso logo.” Já @FielRaiz1977 defendeu Melo: “Ele foi eleito pelo povo, não podem tirá-lo assim.” As discussões refletem a polarização entre sócios e torcedores.
Impactos e o Futuro do Corinthians
A crise administrativa afeta diretamente o desempenho do clube. Com dívidas estimadas em R$ 1,2 bilhão, segundo balanço financeiro de 2024 divulgado pelo GE, o Corinthians enfrenta dificuldades para atrair patrocinadores e reforços para o elenco. A instabilidade política também preocupa a torcida, que teme reflexos dentro de campo. No dia 1º de junho, o time enfrentou o Vitória pela Série A, mas Augusto Melo não compareceu à Neo Química Arena, apesar de ter anunciado que estaria presente como presidente.
Próximos Passos
A defesa de Augusto Melo informou que acionará a Justiça para validar a decisão de Maria Angela. Enquanto isso, a assembleia de sócios, marcada para 9 de agosto de 2025, será crucial para definir o futuro da presidência. Leonardo Pantaleão, ex-diretor jurídico do clube, afirmou ao UOL Esporte: “Qualquer retorno de Melo depende de decisão judicial ou da vontade dos sócios. Até lá, o clube segue com Stabile.”
O Que Está em Jogo?
O Corinthians vive um momento delicado, com a disputa pelo poder expondo divisões internas e gerando incertezas. A presença de torcedores organizados no Parque São Jorge e a intervenção policial destacam a gravidade da crise. Enquanto a Justiça não se pronuncia, o clube permanece sob administração interina, com a torcida dividida entre apoiar Melo ou exigir mudanças.
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