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domingo, maio 25, 2025

Haddad revela que aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi discutido com Lula no Planalto

Ministro confirma que medida fiscal teve aval presidencial antes do anúncio

IOF foi debatido com Lula: O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou neste domingo (25) que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi debatido diretamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de sua publicação oficial. A declaração foi feita em entrevista ao jornal O Globo, na qual Haddad reforçou que a proposta passou pela mesa presidencial, desmentindo a hipótese de que a decisão tenha sido tomada exclusivamente pela Fazenda.

Medida gerou reação no mercado e recuo do governo

O decreto assinado por Haddad em 22 de maio previa uma elevação significativa na alíquota de IOF sobre aplicações financeiras no exterior, especialmente para transferências para fundos offshore, passando a incidir uma alíquota de 3,5%. A justificativa do governo era reforçar a arrecadação dentro do novo marco fiscal, aprovado pelo Congresso em 2023.

A reação, no entanto, foi imediata. O mercado financeiro e empresários criticaram duramente a medida, alegando risco à segurança jurídica dos investimentos e fuga de capitais. No dia seguinte ao anúncio, a pressão levou o governo a recuar parcialmente, mantendo a isenção sobre aplicações em fundos no exterior e revogando trechos do decreto.

Haddad diz que decisão de recuo foi técnica

Apesar da repercussão negativa, Haddad negou que o recuo tenha sido motivado por interferência política. Segundo ele, a revogação foi “estritamente técnica” e realizada após consulta a especialistas e conselheiros econômicos. “Foi uma decisão técnica, não discutida com o presidente”, disse o ministro, diferenciando o processo de criação da medida e sua posterior revisão.

Ainda segundo Haddad, a equipe econômica continua estudando ajustes no sistema tributário para ampliar a arrecadação e cumprir metas fiscais, respeitando a competitividade do Brasil no cenário internacional.

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Lula acompanha de perto decisões econômicas

A fala de Haddad também reforça que Lula tem atuado diretamente em discussões fiscais e orçamentárias, convocando ministros quando considera necessário. “Tudo o que faço, faço com base nas diretrizes definidas na mesa do presidente. O presidente Lula participa ativamente dessas decisões”, disse o ministro.

O episódio reacende o debate sobre os limites da autonomia do Ministério da Fazenda diante de decisões impopulares e reforça a vigilância do mercado sobre o cumprimento das metas fiscais prometidas pelo governo.

Veja também: Governo trava R$ 31,3 bilhões em gastos e aumenta impostos: Corte drástico para salvar meta fiscal de 2025

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