Ministério da Fazenda é pressionado a detalhar impacto das medidas que podem atingir milhões
Haddad explica IR e FGTS no Congresso: O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, compareceu nesta quarta-feira (11) à Câmara dos Deputados para audiência pública conjunta das comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle. O objetivo foi explicar os efeitos de duas propostas que estão em debate:
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Isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais (PL 1087/2025);
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Crédito consignado com garantia de saldo do FGTS para trabalhadores com carteira assinada
Convocados pelos deputados Pedro Paulo (PSD‑RJ), Bacelar (PV‑BA) e Kim Kataguiri (União‑SP), os temas assumiram protagonismo na pauta legislativa
Isenção do IR: alívio ou rombo de R$ 24 bilhões?
Cálculos preocupam parlamentares
A proposta de elevar a faixa de isenção do IR pode beneficiar cerca de 15 milhões de trabalhadores, mas estudos internos do Ministério indicam renúncia fiscal superior a R$ 24 bilhões por ano, sem que haja proposta clara de compensação. Deputados exigiram critérios técnicos que sustentem a investimentos ou cortes que equilibrem as contas públicas.
FGTS como colateral: crédito barato ou armadilha?
Especialistas alertam para risco de endividamento
A nova modalidade de crédito consignado oferecida com garantia no FGTS pode viabilizar juros menores — mas também aumentar o endividamento das famílias, segundo alertas de economistas. Dados do BC mostram que 77% das famílias brasileiras já estão endividadas, o que adiciona risco ao uso de reservas do trabalhador como colateral
Deputado Kim Kataguiri questionou se a medida não estaria sendo usada como “truque” para obter agenda positiva nas redes, sem debate técnico adequado
Pressões emergentes e especulações nas redes
Taxas e IOF na mira
Além dos temas centrais, analistas esperam que Haddad esclareça também o pacote de alterações no IOF e na tributação de investimentos (tributação de LCI/LCA e cripto), que podem gerar R$ 170 bilhões em receitas em dois anos
Leituras nas redes
Nas redes sociais, influenciadores comentam que:
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A isenção teria apelo eleitoral em ano pré‑eleitoral;
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O crédito com FGTS é visto por alguns como estímulo indireto ao consumo, sem segurança financeira individual.
Essas conjecturas não foram confirmadas oficialmente, mas estão circulando como narrativas paralelas ao debate .
Próximos passos no Congresso
Possíveis ajustes nas propostas
Há estudos em pauta para alterar o teto da isenção para valores entre R$ 4.000 e R$ 4.500, reduzindo o impacto fiscal. Já o crédito com FGTS pode ser revisto para incluir limites mais rígidos e cláusulas de proteção ao trabalhador.
Calendário apertado e clima de incerteza
A oposição sinaliza que pode pedir vistas ao PL 1087/2025 e solicitar que o governo apresente estimativas detalhadas antes de qualquer tramitação com urgência. A mesma Câmara acompanha de perto outros ajustes fiscais, como margem do arcabouço e corte de isenções.
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